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A importância dos profissionais de saúde contra a desinformação

Publicado em 28/07/2022 • Notícias • Português

As fake news estão por toda parte, inclusive no universo da saúde. A pandemia de Covid-19 expôs em nível global as dimensões da desinformação: surgiram boatos de que o vírus Sars-Cov-2 seria uma arma biológica criada artificialmente, que as vacinas trariam malefícios aos seres humanos e uma série de medicamentos foram indicados, sem comprovação científica, para combater a doença. A pandemia foi controlada com medidas de distanciamento social e vacina, mas a herança da desinformação persiste, junto com os seus perigos. A diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, enfatizou os perigos da desinformação em relação à pandemia. “As teorias da conspiração causam danos reais às pessoas, à sua saúde e à sua segurança física. Elas amplificam e legitimam as ideias equivocadas sobre a pandemia e reforçam os estereótipos que podem alimentar a violência e as ideologias extremistas violentas”, disse.

 

Nesse cenário, os profissionais de saúde são fundamentais. É tarefa de médicos, enfermeiros e especialistas orientar pacientes e o público em geral sobre doenças e tratamentos cientificamente comprovados, além de esclarecer boatos e desinformações. E isso pode ser feito em diversas frentes, tanto no atendimento ambulatorial e em consultórios quanto publicamente, por meio das redes digitais. Para isso, é preciso ter conhecimento sobre as maneiras como as fakes news nascem e se espalham.

 

Conhecendo a dinâmica da desinformação

 

Thaiane Oliveira, pesquisadora do Programa de Pós-Graduação em Comunicação Social da Universidade Federal Fluminense (UFF), estuda o funcionamento de grupos que espalham informações anticientíficas nas redes sociais. “Se, antes, esse movimento era estigmatizado e estava à margem da sociedade, nesse contexto ele está em espaços centrais nas tomadas de decisões. Tem sido crescente a presença desses indivíduos entre lideranças em diversos países. São pessoas que prezam por uma política que não é baseada em evidências científicas. Não se trata de um movimento homogêneo, mas de uma relação complexa de intensas disputas pela informação, na qual a ciência tem sido um dos alvos principais de ataques”, diz.

 

Identificando uma fake news: métodos e ferramentas

 

Muitas vezes, os criadores de fake news se valem de textos, vídeos e fotos manipulados com o objetivo de formular uma narrativa errônea. A Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji) publicou um manual sobre como as notícias falsas podem ser identificadas. A UNESCO também disponibiliza uma série de materiais sobre o compartilhamento responsável de informações científicas e combate à desinformação.

 

O poder da ciência

 

Os profissionais da saúde têm uma série de vantagens na tarefa de combate à desinformação. O conhecimento científico e atualização, que nunca devem ser deixados de lado, possibilitam que os profissionais estejam sempre informados a respeito das evidências e aptos a orientar pessoas em busca de informações.

 

Nunca deixe de buscar fontes de conhecimento de qualidade, em artigos e pesquisas de qualidade, que sigam o método científico. Órgãos nacionais e internacionais também devem ser utilizados na busca por informação.

 

artigo “Enfrentamento à infodemia da covid-19 na atenção primária à saúde: relato de experiência”, publicado por estudantes de Enfermagem da Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo, mostra a experiência dos acadêmicos com o combate à desinformação sobre a Covid-19 no âmbito do atendimento primário em uma Unidade Básica de Saúde (UBS). Os estudantes desenvolveram um Plano Estratégico Situacional e o aplicaram em quatro momentos distintos: explicativo, normativo, estratégico e tático-operacional. “A partir dessa experiência, os estudantes de enfermagem construíram aprendizados relacionados à observação, comunicação efetiva, organização e importância do trabalho em equipe; tal qual, possibilitou vivências práticas em relação ao vínculo com a comunidade, integralidade do cuidado e desenho de uma alternativa capaz de intensificar o combate à pandemia da Covid-19”, conclui o artigo.

 

#PenseAntesDeCompartilhar

 

Uma informação anticientífica passada para a frente por um profissional de saúde pode gozar de maior confiança para um leigo. Por isso, é fundamental pensar antes de compartilhar uma alegação a favor da qual não existem provas ou mesmo embasamento teórico. Durante a pandemia, a UNESCO criou a campanha #PenseAntesDeCompartilhar (#ThinkBeforeSharing globalmente) para conscientizar internautas sobre os perigos do compartilhamento impensado de alegações que, utilizando jargões e conceitos próprios da ciência, passam adiante informações errôneas e até mesmo perigosas sobre saúde.

 

Usando a internet a favor

 

As redes sociais são terreno fértil para a circulação de fake news – e podem ser, também, para a comunicação de informações cientificamente embasadas. Profissionais da ciência podem utilizar perfis profissionais para aumentar o alcance de suas vozes. Canais de informação como YouTube, Instagram e TikTok podem e dever ser utilizados por profissionais que desejem propagar informações para um público mais amplo do que aquele que encontra pessoalmente.

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