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Brasil perde relevância em ranking de pesquisa e desenvolvimento

Publicado em 10/11/2015 • Notícias • Português

Com a terceira queda consecutiva nos investimentos feitos em pesquisa e desenvolvimento (P&D), o Brasil perdeu duas empresas na lista das companhias que mais inovam no mundo, voltando a ter seis representantes. Gerdau e Eletrobras, que haviam se integrado ao ranking no ano passado ficaram de fora neste ano.

Das empresas nacionais que permaneceram na lista, Petrobras, Vale, Embraer e Totvs perderam posições no ranking geral. Já Weg e Natura ganharam algumas colocações.

O levantamento, feito pela consultoria Strategy& (antiga Booz & Company, hoje pertencente à PwC), leva em consideração os gastos com P&D das mil maiores empresas de capital aberto do mundo. As informações se referem aos balanços do ano de 2014.

As seis empresas brasileiras que entraram na lista aplicaram, em conjunto, US$ 2,3 bilhões em P&D, uma queda de 13,5% em relação a 2013. No período, elas tiveram uma retração ainda mais acelerada nas receitas, de 16,8%, para US$ 195 bilhões.

Já a proporção dos gastos em P&D em relação às vendas subiu de 1,1% para 1,2%. De acordo com Fernando Fernandes, vice-presidente da Strategy&, essa é uma estatística que pode enganar, já que não representa um real avanço do Brasil. A participação do país é praticamente irrelevante no cenário global. Entre 2013 e 2014, a fatia no bolo total caiu de 0,4% para 0,3%. “Isso me surpreendeu. Achava que o país tinha um papel mais destacado, com mais interesse de empresas internacionais. Mas o que está sendo investido aqui é muito pouco em relação ao que é aplicado globalmente”, avaliou.

Para Fernandes, o balanço do ano que vem pode trazer resultados ainda mais negativos uma vez que irá refletir a desvalorização do real e a desaceleração da economia brasileira.

Em 2014, os investimentos globais em P&D somaram US$ 680 bilhões, um crescimento de 5% em relação ao ano anterior. Foi o maior avanço nesses gastos desde 2012. A área de software e internet apresentou o aumento mais acelerado, 27%, chegando à quarta posição entre as áreas que mais aplicam recursos, atrás de computação e eletrônicos, saúde e do setor automotivo.

Entre as dez empresas que mais investiram em P&D, a ordem das cinco primeiras se manteve inalterada em relação ao ano passado: Volkswagen, Samsung, Intel, Microsoft e Roche. Na sequência, Google e Amazon ganharam posições. Já Toyota, Novartis e Johnson & Johnson caíram.

Um destaque da lista deste ano foi a inclusão da Apple entre as 20 empresas que mais gastam com P&D — posição de número 18. Nos anos anteriores a dona do iPhone figurava como a empresa mais inovadora do mundo em uma pesquisa qualitativa, feita por meio de entrevistas com executivos de empresas de todo o mundo. Em termos de dinheiro aplicado, no entanto, ela ficava muito para trás. “Eles estão começando a correr atrás das inovações”, disse Fernandes.

Pela primeira vez desde que o ranking começou a ser feito, em 2008, a Strategy fez uma avaliação mais detalhada sobre as regiões que mais recebem investimentos em P&D. O resultado foi uma concentração de recursos na Ásia, principalmente na China e na Índia. De 2007 a 2014, o volume de recursos aplicados na região passou de US$ 96 bilhões para US$ 166 bilhões. Com isso, a fatia chinesa do bolo saiu de 27% para 35%, ultrapassando a América do Norte e a Europa, que ficaram com 33% e 28%, respectivamente.

Em 2007, a Europa liderava a fila, com 35% dos investimentos, seguida da América do Norte, com 34%. Na avaliação de Fernandes, esse deslocamento é resultado de três fatores: a grande oferta de talentos técnicos, a necessidade das empresas de estarem perto de seus clientes e a busca por conhecimento mais aprofundado das peculiaridades dos mercados consumidores. “Você tem que estar no mercado chinês para entendê-lo”, disse ele.

Fonte: Valor Econômico / site

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