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Divulgação de notas de avaliação do atendimento no SUS está atrasada

Publicado em 19/07/2015 • Notícias • Português

De tempos em tempos, surgem algumas iniciativas no Brasil que prometem diminuir as carências do serviço público ou pelo menos dar voz aos cidadãos, pra que eles possam avaliar o atendimento que recebem. Uma dessas iniciativas, anunciada pelo governo federal em março de 2012, daria notas pro atendimento no sistema público de saúde pública a cada três anos, mas atrasou.
Seu Antônio espera há dez meses pelo tratamento de um câncer na boca. Toma morfina pra aliviar a dor e já não consegue mais falar. “A gente está pedindo uma consulta, um tratamento, só isso. Só uma vaga para fazer um tratamento”, diz a filha dele, Girlane Souza da Silva.
Para a família de Dona Cícera, não há mais espera. Ela estava internada há um mês aguardando por uma cirurgia na perna. Chegaram a conseguir uma ordem da Justiça obrigando a Secretaria de Saúde do Distrito Federal a fazer a operação. Na madrugada desta quarta-feira (15), Dona Cícera, de 87 anos, morreu.
Dentro das emergências, a cena mais comum é ver os corredores lotados. Do lado de fora, horas de espera. “Nós só precisamos de dignidade. Só isso. Respeito de chegar num hospital desse e ser atendida”, afirma a dona de casa Maria Ferreira da Silva.
Essas são histórias dolorosas de quem depende de atendimento público e não consegue. Em 2012, o governo federal criou uma nota para avaliar e melhorar o atendimento no SUS, o IDSUS, que seria divulgada a cada três anos. O tempo passou e o Ministério da Saúde diz que não tem previsão pra nova nota sair.
No ano do lançamento de zero a dez, a nota do país era 5,4. Entre as capitais, a pior avaliação foi do Rio de Janeiro e a melhor, Vitória. O ministro da Saúde na época, Alexandre Padilha, disse que o IDSUS serviria, inclusive, para aumentar o repasse de dinheiro para estados e cidades que melhorassem a saúde.
Agora, em nota, o Ministério da Saúde diz que o IDSUS não serviu para isso, mas que acompanha o desempenho do atendimento no serviço público por outros indicadores, sem dar nota, e que houve aumento de repasse baseado na quantidade de atendimentos, como Rio e Vitória, que receberam mais dinheiro para os tratamentos complexos. Nessas duas capitais, há elogios e reclamações também.
“Chegamos agora, fomos bem atendidos, foi rápido. Esperamos pouco tempo. Não sei se foi o fator sorte, mas eu acho que melhorou um pouco”, conta a professora Vânia Madeira
“A gente não tem o atendimento nenhum. Se a gente não chegar, não implorar por atendimento, eles não dão atendimento pra gente”, lamenta a dona de casa Eliana Moura.

Fonte: G1 – Jornal Nacional

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