Entrevista com Genya Dana, Líder de Saúde do Fórum Econômico Mundial
Publicado em 29/07/2021 • Notícias • Português
A Coluna Mulheres em Foco de julho apresenta um bate-papo com Genya Dana, Head de Helthcare do Fórum Econômico Mundial (WEF), mais um exemplo da relevância da participação feminina no setor de saúde. Ela foi a palestrante do lançamento da Nota Técnica “Painel ABIMED: Os impactos da transformação digital na área da saúde”. Genya abordou o artigo “Construindo a confiança em tecnologias para a saúde mental”, produzido pelo WEF e que integra a Nota Técnica. Formada em biologia, políticas púbicas e avaliação de risco, Genya possuiu trabalhos significativos na área de saúde que ratificam toda a excelência de sua trajetória profissional.
No Fórum Econômico Mundial ela é responsável pelo direcionamento estratégico do programa de saúde e de cuidados em saúde. Possui duas décadas de experiência em sistema de saúde e é especialista reconhecida internacionalmente em genética e biotecnologia, tendo aconselhado formuladores de política externa sobre as implicações de tecnologias emergentes em todos os setores. Genya ainda atuou como negociadora dos EUA em ciência, tecnologia e inovação em organizações multilaterais como as Nações Unidas, trabalhou para o avanço da ciência, tecnologia e inovação para o desenvolvimento sustentável com foco na África e desenvolveu parcerias internacionais para apoiar a pesquisa científica em neurociência e engenharia biológica.
Conheça um pouco mais sobre sua a formação, vida, opiniões e desafios:
Conte-nos sobre sua trajetória profissional.
Genya Dana: Sou uma cientista PhD, especialista em políticas e estrategista organizacional e em buscar de soluções para superar as complexidades na interseção de tecnologias emergentes em saúde. Minha experiência pessoal com a saúde moldou minha carreira, pois passei 17 anos cuidando de meus pais com problemas complexos de saúde mental e neurológica. Construí minha experiência em biotecnologia e genômica com cuidados na área, percebendo desde o início que a “revolução genômica” impulsionaria o crescimento de muitas indústrias: energia, agricultura, saúde, tecnologia da informação e outras. Eu sabia que queria trabalhar com política e estratégia no início de meus estudos de pós-graduação – não no laboratório -, então projetei um programa de estudos e atividades profissionais que me preparou para trabalhar para o governo e organizações internacionais, como os Estados Unidos, no ‘Ministério das Relações Exteriores” (que chamamos de Departamento de Estado dos EUA) e no Fórum Econômico Mundial. Atuei em posições internacionais muito visíveis na última década, elaborando políticas públicas e design estratégico de escritórios e iniciativas na interseção de novas tecnologias em saúde.
Quais foram os maiores desafios que você enfrentou?
Genya Dana: O maior desafio profissional é me manter atualizada sobre as últimas mudanças tecnológicas, institucionais, sociais e políticas que impactam todos os setores da saúde. A tarefa de reunir inteligência estratégica de muitas fontes e ser capaz de sintetizar muitos conhecimentos diferentes em um programa de trabalho adequado é demorada e requer boas redes e a capacidade de ver a situação de um nível muito alto. Como o Fórum Econômico Mundial funciona internacionalmente, também preciso me manter informada sobre as prioridades de saúde de muitos países diferentes.
Você teve dificuldades para ser aceita por ser mulher?
Genya Dana: Acho que sou extremamente privilegiada por estar trilhando o caminho aberto por muitas mulheres antes de mim que lutaram para ganhar aceitação, respeito e paridade na ciência, indústria e política. Graças ao trabalho árduo dessas mulheres, tive um caminho acadêmico e profissional muito mais tranquilo, embora ainda haja muito espaço para melhorias. Também acho que tenho sorte de trabalhar em um momento em que mulheres e muitos homens estão mudando atitudes e práticas; a aceitação e o apoio às mulheres em posição de liderança são mais frequentes agora.
Como avalia a participação feminina na sua área de atuação?
Genya Dana: Eu vejo que muitas mulheres aparecem em cargos de liderança dentro da indústria, como CEOs ou presidentes de empresas de saúde, organizações de financiamento, empresas de investimento, sociedade civil ou organizações internacionais. É claro que há mais mulheres do que homens trabalhando na área da saúde, e o número de mulheres C-level, ou seja, entre os executivos seniores mais altos de uma companhia, está aumentando. No entanto, temos um longo caminho a percorrer para alcançar a equidade de gênero nos cargos de liderança. Mulheres negras ou de grupos minoritários enfrentam barreiras adicionais que não podemos ignorar.
Você tem algum conselho para outras mulheres que desejam ingressar no setor de saúde?
Genya Dana: Ter um mentor muito experiente ajuda tremendamente. Também tenho que ser realista todos os dias quanto a priorizar minhas tarefas, não posso fazer tudo. E cuidar do meu bem-estar e da minha comunidade me dá a energia que também preciso para ser uma profissional de sucesso.
Qual a sua opinião sobre a iniciativa da ABIMED em organizar a Nota Técnica sobre transformação digital e seus impactos na saúde?
Genya Dana: Associações como a ABIMED representam sinais valiosos das preocupações e dos avanços do segmento. Iniciativas como essas também oferecem um espaço para a indústria apresentar soluções e testar novas ideias, e essas publicações são muito bem-vindas.
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Fonte: ABIMED