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Intercâmbio com outros países é essencial

Publicado em 13/08/2015 • Notícias • Português

A participação das indústrias farmacêuticas nacionais em redes globais de inovação tem se mostrado um imperativo para sua sobrevivência e crescimento. Uma das razões é a necessidade de permanente atualização tecnológica, por meio de acordos com empresas e universidades estrangeiras e pela formação de pesquisadores em centros internacionais de referência. Outro motivo é a busca de novos mercados.

“”O surgimento dos biossimilares – medicamentos biológicos cujas patentes estão vencidas – vai ser um grande desafio para as indústrias brasileiras, pois, ao contrário dos genéricos, eles vão demandar maiores investimentos””, diz diretor do Centro de Inovação e Ensaios Pré-Clínicos (CIEnP), João Calixto. “”As empresas terão que correr mais riscos e contar com parcerias internacionais””, afirma.

Um caminho interessante a ser seguido pela indústria para ampliar as redes de inovação é criar parcerias com grandes centros nacionais de excelência em pesquisa, acredita Dante Alário Júnior, diretor científico da Biolab, uma das dez maiores empresas de medicamentos país. “”Esses centros de excelência poderiam facilitar o processo de networking global, pois eles já possuem seu próprio networking e mantêm um grande intercâmbio com os principais centros do mundo.””

Alário ressalva que, para se criar um networking global em PD&I, é necessário criar antes um networking local, algo que ainda não foi possível. “”Existem interesses muito focados de cada uma das companhias, divergentes entre si””, afirma. “”Quando se trata de pesquisa, temos sempre que começar com cases menores para aprendermos e só depois seguir adiante com projetos maiores.””

Para ele, a indústria farmacêutica brasileira ainda está nos primórdios no campo da pesquisa e em flagrante desvantagem competitiva em relação às multinacionais. “”Os desafios também dizem respeito às ações do governo, que apresenta interessantes políticas industriais para a inovação, mas deve trabalhar para irradiar essas ideias para seus ministérios e órgãos reguladores.”” O empresário constata a existência de um descompasso entre o governo e suas autarquias.

Um exemplo da busca de internacionalização é a EMS, primeira empresa farmacêutica brasileira a apostar no mercado da inovação radical nos EUA. Pioneira na fabricação de genéricos no Brasil, em 2000, e na exportação para a Europa (2005), a companhia fundou em 2013 no Estado de Maryland a Brace Pharma, totalmente voltada à criação de medicamentos inovadores. De início, o objetivo é registrá-los nos EUA e, na sequência, licenciá-los no Brasil e nos demais países da América Latina, com parte do desenvolvimento realizada em laboratórios brasileiros.

Posteriormente, a empresa visa o licenciamento para países da União Europeia, Japão e China, entre outros. Em um período de três a cinco anos, a EMS pretende investir US$ 300 milhões no desenvolvimento de produtos inovadores para aprovação do FDA – Food and Drug Administration, o órgão que regula alimentos e medicamentos.

“”Os EUA são responsáveis hoje por 70% do desenvolvimento de terapias e medicamentos inovadores no mundo; lá estão lá alguns dos mais renomados cientistas e líderes das principais empresas farmacêuticas e biotecnológicas””, diz o vice-presidente de marketing institucional da EMS, Marcus Sanchez. “”Consideramos esse intercâmbio científico entre países imprescindível para a meta da EMS de se consolidar como uma empresa de inovação, uma big pharma 100% brasileira””.

O comitê científico da Brace Pharma é integrado por Eric Kandel, Nobel de Fisiologia e Medicina em 2000 e professor de neurociência na Universidade de Columbia; Raymond Schinazi, que detém 92 patentes concedidas nos EUA, das quais 11 resultaram em registros de novas drogas; e Samuel Broder, vice-presidente sênior de saúde na Intrexon Corporation e co-desenvolvedor de alguns dos primeiros medicamentos eficazes no tratamento da aids.

Fonte: Valor Econômico

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