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Medicina tecnológica

Publicado em 30/08/2015 • Notícias • Português

Tem sido profícua e intensa a relação entre medicina e tecnologia nos últimos cem anos. Da invenção do eletrocardiograma, no início do século 20, até o recente desenvolvimento de órgãos artificiais e próteses robóticas, são inúmeros os avanços produzidos nas áreas de prevenção, diagnóstico, tratamento e reabilitação.

A introdução de muitas das novas tecnologias no sistema de saúde, contudo, constitui desafio considerável. Seja pela especificidade de seus usos, seja pela complexidade envolvida, a incorporação dessas ferramentas à rotina hospitalar é um dos fatores que mais encarecem a assistência médica.

Distingue-se, nesse ponto, o resultado da aplicação das tecnologias de comunicação à medicina.

A chamada telemedicina é uma das maneiras mais baratas e eficazes de oferecer certos atendimentos médicos de qualidade num país com as dimensões do Brasil. Afinal, não são muitos os profissionais, sobretudo especialistas, que se dispõem a viver em localidades distantes dos grandes centros.

Tampouco é viável sempre deslocar para cidades maiores pessoas que, em muitos casos, precisam apenas de consultas de rotina.

O expediente permite, por exemplo, que médicos do Hospital Geral de Vitória da Conquista, no interior da Bahia, discutam com colegas do hospital Albert Einstein, em São Paulo, as condutas e procedimentos no atendimento a um paciente internado na instituição baiana, como mostrou a série de reportagens sobre tecnologia e acesso à saúde produzida por esta Folha.

Outras vantagens são a redução de custos e o aumento da eficiência de centros de saúde, já que um diagnóstico rápido e correto diminui o tempo de internação e o número de exames necessários.

Países como Canadá, Austrália, Índia e China já utilizam com sucesso o recurso tecnológico.

A expansão dessa ferramenta no Brasil, porém, encontra sérios entraves. Eles começam na precária infraestrutura de muitos hospitais, que carecem não só de banda larga de internet como também de equipamentos médicos básicos.

Passam por aspectos regulatórios, como a falta de uma definição sobre responsabilidades com relação a eventuais erros, e terminam na resistência de muitos profissionais a adotar novas práticas.

Depois de ter dado um importante impulso à telemedicina na década passada, o Brasil progrediu pouco nos últimos anos. É uma pena. O potencial benefício a dezenas de milhões de brasileiros deveria ser mais do que suficiente para o país apostar nessa ferramenta.

Fonte: Folha de S.Paulo

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