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Médicos querem criação de comissão para gerir ‘crise na saúde’ do AM

Publicado em 04/01/2016 • Notícias • Português

O Sindicato dos Médicos do Amazonas (Simeam) e um grupo de parlamentares solicitaram, na manha desta terça-feira (29), a intervenção do Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE-AM) no sistema de saúde estadual. Eles querem a criação de uma “comissão de crise”.
A categoria reclama de atraso no pagamento do salário dos profissionais de saúde há pelo menos três meses, o não reabastecimento de medicamentos e a suspensão da realização de exames, cirurgias e transplantes por falta de aparelhos e insumos. O secretário de saúde do Estado, Pedro Elias, informou que irá esperar manifestação do MPE, mas já adianta que a situação está sendo resolvida.

O dossiê com todas as denúncias foi apresentado ao subprocurador estadual Jeferson Carvalho.
De acordo com o sindicato, a “comissão de crise” deverá ser composta pelo poder público e por parlamentares para analisar as denúncias e conferir se verbas públicas destinadas para saúde estão sendo usadas de modo correto. “Apresentamos a possibilidade de montar comitê para que possamos, de forma emergencial, encontrar uma solução antes mesmo que o ano acabe”, disse o presidente do Simeam, Mário Vianna.
No documento apresentado pelo grupo, foram ressaltadas três prioridades, como a falta de medicamentos, há aproximadamente 4 semanas, aos 160 pacientes que realizaram transplante de fígado no Estado. “Deixar de fornecer a medicação de alto custo é condená-los possivelmente à morte. Também foi suspenso o acompanhamento dos transplantados em Manaus e tão pouco eles são enviados para locais de referencia”, apontou.
Outro ponto reclamado por Vinna foi a não realização do exame de arteriografia para determinar se as áreas afetas por doenças vasculares terão que sofrer amputação, ou algum outro tipo de tratamento. No Hospital 28 de Agosto, há 30 pessoas internados e no Hospital João Lúcio 50 em média, aguardando pelo exame.
“A situação é mais grave. O equipamento que tinha de hemodinâmica que faz a arteriografia no João Lucio e 28 de Agosto e que nunca funcionou direito foi retirado de lá e ninguém sabe para onde foi. Custava em média R$ 1,2 milhão e desapareceu. Tinha um no 28 de Agosto e dois no João Lúcio que nunca funcionaram e agora sumiram”, afirmou.

Ele explicou que, sem este equipamento, não são realizados estudos nos vasos onde ocorre o problema de saúde causado por doenças como trombose, diabetes entre outras. O exame é importante para auxiliar ao cirurgião a definir o tratamento.
Vianna também reclamou da existência de apenas um tomógrafo no Hospital 28 de Agosto que serve a todo o estado.
“A outra área é da neurocirurgia que funciona no João Lucio como referência em traumatismo neurologico. Mas, os pacientes têm que ser enviados ao 28 de Agosto para realizar tomografia porque o tomógrafo não funciona há três meses. O tomógrafo do 28 de agosto é o único do serviço público funcionando e com dificuldade”, disse.
Além disso, o atraso de três meses no pagamento dos salários dos dois mil médicos que atendem na emergência foi citado no dossiê, assim como a falta de pagamento dos salários dos técnicos de enfermagem, que já ocorre há sete meses. “O que está acontecendo é que, com a crise financeira e política do país, há diminuição dos repasses do governo federal para os estados e conseqüentemente para os municípios”, finalizou Vianna.

Resposta
O secretário da Secretaria de Estado de Saúde do Amazonas (Susam), Pedro Elias, informou durante coletiva na tarde desta terça-feira (29), que não procede a informação de que o acompanhamento aos pacientes transplantados tenha sido suspenso.

Ele afirmou que, em no máximo em 15 dias, a rede vai restabelecer o fornecimento de insumos essenciais e medicamento de alto custo.

Quanto aos procedimentos endovasculares, Pedro Elias informou que pacientes da rede pública poderão ser atendidos pelo serviço privado. Ele apontou que o hospital Francisca Mendes possui o único equipamento de hemodinâmica em funcionamento pleno no Estado.
“Estamos autorizados a adquirir no primeiro trimestre de 2016 um novo aparelho de hemodinâmica para o Francisca Mendes. Esse equipamento realiza procedimentos cardiológicos, endovasculares periféricos, procedimentos para tratamento de arritmia cardíaca e de neuroendovasculares”, disse o secretário.

Ele reconheceu que três equipamentos de tomografia, distribuídos pelos Hospitais João Lúcio, Platão Araújo e 28 de Agosto apresentaram defeito no mesmo período. “A empresa responsável pela manutenção é a mesma que fabricou os aparelhos, a Siemens. Já entramos em contato e resolvemos parte da pendência e o serviço esta restabelecido. O equipamento de tomografia do 28 de Agosto esta funcionando plenamente. Os outros dois estão em análise pela equipe de manutenção”, afirmou.

Durante o período de análise, o equipamento de tomografia do Hospital Universitário Francisca Mendes está à disposição dos prontos-socorros, conforme anunciou Pedro Elias. “Se entendermos que haverá necessidade de contratar serviço privado também faremos”, disse.

Quanto ao atraso no repasse dos salários às 47 empresas terceirizadas de médicos e técnicos de enfermagem, Pedro Elias informou que nesta terça será concluído o pagamento dos 50% restante do pagamento referente ao mês de dezembro. “Na primeira quinzena de janeiro, entraremos com restante do 50%. Na segunda quinzena de janeiro, pagaremos o mês de janeiro inteiro”, anunciou.

Fonte: G1

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