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Para Meirelles, CPMF é opção

Publicado em 16/11/2015 • Notícias • Português

Indicado pelo ex-presidente Lula para assumir o Ministério da Fazenda no lugar de Joaquim Levy, o ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles afirmou que é preciso definir o ajuste fiscal como “prioridade número um” para reverter o crescimento da dívida pública, que já se aproxima da marca de 70% do Produto Interno Bruto (PIB). Para ele, embora não seja a melhor alternativa, a volta da CPMF pode ser necessária para ajudar a equilibrar as contas do governo.

A declaração foi dada durante evento promovido pelo Instituto Millenium com ex-presidentes do BC. Segundo Meirelles, é preciso enfrentar os problemas de curto prazo, mas também deixar claro que serão encaminhadas questões mais estruturais. “Algumas delas são de difícil equacionamento, inclusive político. Se fosse fácil, teríamos resolvido há muito tempo. Isso acontece com o aumento constante das despesas públicas por um período muito longo”, disse.

O ex-presidente do BC afirmou que, tendo em vista a carga tributária elevada, a resolução da questão fiscal passa por uma revisão dos gastos do governo. “Isso deve passar por medidas de ordem legal, e mesmo constitucional”, observou. Ele admitiu, no entanto, que talvez seja preciso, a curto prazo, um aumento de impostos.

Alternativas
Ele não quis opinar de forma incisiva sobre a retomada da CPMF para que o governo consiga fechar as contas em 2016, mas não descartou a necessidade da medida. Questionado sobre o assunto, Meirelles disse que não está “sentado lá” para saber quais são as “alternativas viáveis a curto prazo”. “Por isso, não vou entrar na discussão se esse imposto é melhor que aquele outro”, comentou. Segundo Meirelles, é preciso levar em conta, porém, que, para o país crescer de forma sustentável, será necessário estabilizar e, idealmente, diminuir a carga tributária no futuro.

Henrique Meirelles não quis comentar os rumores de que pode assumir o Ministério da Fazenda. “Seria deselegante ficar comentando sobre um cargo hoje ocupado por um profissional sério, amigo nosso”, afirmou. O ex-presidente do Banco Central Armínio Fraga, por sua vez, saiu em defesa do ministro Joaquim Levy na condução da política econômica. Perguntado sobre o que faria no cargo, caso Aécio Neves tivesse vencido as eleições de 2014, ele afirmou: “Praticamente tudo igual”.

Fraga fez uma crítica direta à presidente Dilma Rousseff: “É muito difícil para o Joaquim trabalhar quando boa parte dos problemas foram criados pela chefe dele”, disse. Para o ex-presidente do BC, o ajuste fiscal que tem sido feito pelo governo não é suficiente e, por isso, não é surpresa que não esteja dando grandes resultados em termos de retomada da confiança e volta do crescimento.

“Na primeira administração Lula foi feito um ajuste, ainda que pequeno, e a coisa evoluiu. Hoje, sem truques, pedaladas, receitas não recorrentes etc., temos um deficit de quase 2% do PIB. O que o Brasil precisa é de um ajuste enorme”, afirmou. Segundo ele, quanto menos credibilidade se tem, maior é o ajuste necessário. Fraga afirmou ainda que o Brasil precisa de reformas amplas e profundas.

Fonte: Correio Braziliense

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