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Um passo além: ESG como pilar estratégico do setor de saúde

Publicado em 05/12/2022 • Notícias • Português

O que as empresas de saúde mundo afora estão fazendo em matéria de ESG? É o que revela uma pesquisa desenvolvida em 2021 pelo Health Research Institute (HRI), pertencente à PwC. Intitulado “ESG para organizações de saúde”, o estudo analisou os esforços de 45 prestadoras de serviços e 32 organizações farmacêuticas e de biociências dos Estados Unidos a fim de avaliar como elas estão incorporando diversas práticas de sustentabilidade em sua gestão. A análise levou em conta materiais como relatórios de responsabilidade social, sites corporativos, avaliações de necessidades de saúde comunitárias e comunicados à imprensa.

Ambiental, social e governança – O estudo mapeou os principais esforços empreendidos em cada um dos três pilares que compõem o ESG: ambiental, social e de governança.

No plano do meio ambiente, as metas campeãs são a conquista da neutralidade de carbono em um prazo de cinco a 10 anos, a gestão avançada de resíduos, incluindo melhor eliminação de resíduos tóxicos, e a prevenção da resistência antimicrobiana.

O panorama social das empresas de saúde está amparado em quatro objetivos. O primeiro pretende criar uma contribuição financeira significativa para os determinantes sociais das estratégias de saúde, além de expandir o acesso à saúde em comunidades carentes. Em seguida, vem o investimento em atualização de tecnologias e talentos para proteção contra violações e ataques cibernéticos. As empresas também citaram que criaram ou pretendem criar programas robustos de diversidade de fornecedores, além de programas abrangentes de diversidade e inclusão, entre eles ações de recrutamento e mentoria.

No universo da governança, são cinco as principais estratégias. A primeira é a produção de relatórios mais abrangentes, que monitorem e compartilhem o progresso mensurável das ações de ESG. A nomeação de lideranças para as políticas de ESG, o incentivo à diversidade de gênero e raça em conselhos de administração, a busca pela equidade salarial e a implementação de políticas de ética, compliance e auti-fraude completam o panorama.

Movimentos de mercado e comunicação – A pesquisa encontrou alguns achados em relação à abordagem de ESG das empresas de saúde norte-americanas. O Health Research Institute não encontrou, por exemplo, grandes diferenças entre o foco de empresas com e sem fins lucrativos.

As metas sociais de ESG são as que recebem mais publicidade. Em organizações sem fins lucrativos, 96% dos comunicados à imprensa dizem respeito à esfera social do ESG, enquanto a ambiental e a governança ficam com apenas 2% e 2%. Nas empresas com fins lucrativos o cenário é o mesmo, e as porcentagens das divulgações são 97%, 2% e 1%, respectivamente.

Por isso, a análise sugere que há muito espaço para diversificar o posicionamento das empresas em termos de ESG. Embora as pautas sociais pareçam mais palatáveis e de maior interesse por parte do público geral, a divulgação das ações em termos de meio ambiente e governança não pode ficar de fora.

A pesquisa descreveu brevemente alguns cases das empresas analisadas – e que podem, com a abordagem correta, ser tema de press releases e posts em redes sociais. No ambiental, reciclagem, coleta e substituição de insumos por materiais sustentáveis são os destaques. Na área social, chama a atenção o fato de que as empresas norte-americanas têm investido em ações de saúde pública, que vão desde construção de moradias populares até programas para inibir o uso de drogas.

A governança, por sua vez, aparenta carecer de mais cuidado. “Em relação ao foco da liderança em ESG, a maioria das organizações de saúde analisadas pelo HRI não tinha diretores especificamente encarregados de iniciativas ESG, como diretores de diversidade, responsabilidade ou sustentabilidade”, apontou o estudo.

Dicas para as empresas – Por fim, o estudo elencou três dicas para que as empresas alcancem um patamar de maior qualidade nas suas estratégias de ESG. O primeiro é “incorpore os fatores de ESG à sua estratégia”. “Ter uma consciência pública mais ampla sobre sustentabilidade e responsabilidade corporativa significa que as organizações podem se diferenciar agindo desde o início para traçar estratégias ESG que melhorem sua reputação com clientes, empregados, investidores e analistas. Os fatores ESG são essenciais para captar oportunidades e agir proativamente em relação às vulnerabilidades”, indicou o estudo.

A segunda orientação é “quantifique a transparência e a prestação de contas”. Métricas e números ajudam a contar histórias, e por isso manter um histórico detalhado da evolução numérica das ações de ESG é fundamental. A informação quantificável vai longe. “Crie um plano de ação” é a última dica: “Criar valor e impacto com base em princípios ESG significa vê-los como algo mais do que uma obrigação. É desenvolver um plano tangível e prático de ação. Isso exige que as pessoas e a tecnologia trabalhem juntas para que as empresas possam enxergar melhor, aprofundar-se e agir mais rapidamente para fazer mudanças impulsionadas por ESG em suas operações, cadeia de valor e organização”.

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