Blockchain: mais segurança na circulação de dados online
Publicado em 31/10/2022 • Notícias • Português
Um mundo hiperconectado exige segurança de dados, e o blockchain está entre as tecnologias de criptografia que mais têm se destacado nesse quesito. A tecnologia veio ao mundo para tornar mais seguras as transações com criptomoedas, mas suas possibilidades de uso não se restringem ao universo das finanças. Todo tipo de informação pode receber esse tipo de tratamento de segurança, que mantém um histórico independente, em nuvem, sobre quando as informações foram lançadas. No Brasil, a tecnologia é compatível com a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em vigor desde 2020.
O que é blockchain e como funciona? – O termo blockchain é comumente traduzido como “corrente de blocos”. Esse sistema funciona como uma cadeia de blocos ou elos, onde cada um deles contém um arquivo e uma hash – ou seja, uma função matemática que gera um código com letras e números representando os dados enviados. Os dados de envio são registrados em um ledger, um documento onde todas as transações são gravadas. É impossível apagar essas informações, e qualquer pessoa pode acessá-las, o que garante a transparência das transações e a legitimidade dos arquivos que passam de um usuário para outro.
Além disso, cada bloco criado contém não só a sua hash, mas também a do bloco anterior, o que cria uma conexão entre eles e aumenta a sua segurança. É dessa ligação que surge o nome blockchain. Essa cadeia de blocos, bem como as informações sobre ela, ficam armazenadas em nuvem.
Aplicações – Criada para garantir o rastreio de moedas digitais e suas transações, hoje a blockchain tem diversas aplicações no mundo digital. Um exemplo é a circulação segura de arquivos de texto com informações sensíveis, como contratos. O maior trunfo da transação reside na sua capacidade de prevenir fraudes. Como isso ocorre?
Suponhamos que uma pessoa deseja enviar um arquivo digital para outra de forma segura, utilizando-se do blockchain. O arquivo é representado online como um bloco onde seus detalhes estão armazenados, e este bloco é distribuído pela rede. Cada máquina, denominada mineradora, fica com uma cópia da transação em tempo real. A rede também se certifica se o ativo é válido. Se aprovado, o bloco é adicionado a uma corrente de blocos e ganha um registro permanente na rede. A partir daí, ele não pode ser alterado. A propriedade do arquivo também é transmitida de uma pessoa a outra. A movimentação é validada pela rede, e suas informações são protegidas por um código de criptografia.
E a LGPD? – A Lei Geral de Proteção de Dados (Lei 13.709/2018) regula as atividades envolvendo posse e tratamento de dados pessoais. À primeira vista, a tecnologia blockchain pode parecer incompatível com a LGPD. Afinal, os arquivos assim compartilhados circulam em nuvem, e diversas máquinas guardam registro da sua existência. Como isso pode ser seguro? A resposta está na criptografia.
O elemento denominado hash, “esconde” o conteúdo das informações. Isso significa que, embora diferentes pontos da cadeia de blockchain tenham informações sobre as operações realizadas, o conteúdo das mesmas, como as informações de um arquivo, estão resguardados por trás da criptografia.
A blockchain também é aliada na implementação da LGPD na medida em que previne invasões de bancos de dados, fraudes e duplicação de documentos. Especialistas em Tecnologia da Informação garantem que é reduzido o risco de ter informações vazadas em uma blockchain, o que a torna adequada, por exemplo para o tratamento e compartilhamento dos dados pessoais.
Além disso, a tecnologia também fornece integridade aos dados. Com isso, elimina-se o risco de duplicação de informações e possibilita-se o rastreamento de informações.