Como a saúde digital impacta o acesso, a desigualdade e os custos
Publicado em 12/01/2024 • Notícias • Português
A saúde digital traz uma possibilidade real de transformar o ecossistema da saúde. O potencial é destacado em pelo menos três áreas: acesso, desigualdade e custo. Mas o Brasil ainda está no começo dessa longa jornada, afinal, essa transformação demanda uma mudança cultural, investimentos e até mesmo avanços técnicos, como a conectividade.
Vale lembrar que o termo saúde digital é mais abrangente do que e-Saúde e incorpora os recentes avanços na tecnologia, como novos conceitos, aplicações de redes sociais, Internet das Coisas (IoT), Internet dos Corpos (IoB), Inteligência Artificial (IA), entre outros.
Tomadores de decisão entrevistados pela Unidade de Inteligência da revista The Economist em vários países revelaram que a questão mais preocupante, para 39% dos respondentes, em relação ao tema, são os custos dos sistemas de saúde. A desigualdade do acesso aos serviços de saúde aparece em segundo lugar, com 29% das respostas.
Na questão do acesso, a saúde digital está permitindo aos pacientes terem o controle e conhecimento sobre sua própria saúde, o que tende a melhorar a prevenção de doenças agudas. A tecnologia também está propiciando a coleta e o armazenamento de informações. O acesso dos pacientes a esses registros e a possibilidade de compartilhá-los com os profissionais de sua confiança podem ser uma ferramenta poderosa na redução dos custos com saúde. Afinal, muitos desses custos são resultantes da escassez de informação e repetição de exames desnecessários.
Outra questão importante para os especialistas é justamente o compartilhamento de dados, desde que garantidos a privacidade e o sigilo das informações individuais. A informação não pode ficar concentrada em poucas empresas, reduzindo o potencial da saúde digital.
A tomada de decisões, com base na análise de dados, é outra conquista que a saúde digital propicia. Isso pode ser notado, por exemplo, em iniciativas do Sistema de Único de Saúde (SUS), considerado o maior sistema público de saúde do mundo. Mesmo que ainda demande soluções como o prontuário eletrônico, o SUS reúne uma fonte gigantesca de informações graças ao uso crescente da tecnologia.
A atuação de cada governo nessa área pode significar a diferença entre ser ou não ser um player nesse ecossistema. No Brasil, a saúde digital ainda tem desafios pela frente, mas vem se mostrando um modelo cada vez mais eficaz na superação de barreiras.