Implante de células de combustível pode abastecer dispositivos médicos
Publicado em 12/01/2024 • Notícias • Português
Está surgindo uma ideia disruptiva para os pacientes que precisam de dispositivos conectados ao corpo, como bombas de insulina ou marcapassos. Esses equipamentos demandam baterias descartáveis ou recarregáveis, mas pesquisadores da Suíça desenvolveram uma célula de combustível implantável que utiliza o excesso de açúcar no sangue para gerar energia elétrica. Além de alimentar os aparelhos, seria uma maneira de eliminar a energia do organismo em forma de açúcar.
Os dispositivos bioeletrônicos consomem muita energia, pois permanecem em operação continuamente. Um gerador de energia elétrica implantável, autossuficiente e que funcione em condições fisiológicas seria revolucionário para aplicações como próteses bioeletrônicas e reguladores de metabolismo.
O projeto é inovador, segundo Denise Hissa, professora de biologia celular do Departamento de Biologia na Universidade Federal do Ceará (UFC). Em declaração publicada no Correio Braziliense, ela afirma que as células do corpo humano fazem uso de correntes de elétrons e de prótons o tempo todo, mas o estudo avança quando consegue converter essa energia metabólica em eletricidade.
No dispositivo criado pela equipe suíça, para diminuir a rejeição do implante sob a pele humana, a cápsula é envolta com alginato, uma espécie de açúcar de algas, substância aprovada para uso médico. As células de combustível foram implantadas em camundongos com diabetes, com resultados promissores, segundo os pesquisadores. Eles acreditam que a eletricidade gerada dessa forma poderá alimentar aparelhos auditivos, bombas de insulina, marcapassos, smartwatches e até smartphones.