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Governo libera alta de até 12,5% no preço dos medicamentos.

Publicado em 05/04/2016 • Notícias • Português

Pela primeira vez em dez anos,o reajuste autorizado pelo governo para o preço dos medicamentos ficou acima da inflação. Pelo novo índice, definido pela Cmed (Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos, que é composta por representantes de cinco ministérios), o valor poderá subir até 12,5% a partir desta sexta-feira (1º).
A alta vem em um momento em que os pacientes começam a procurar mais produtos genéricos e similares em busca de preços baixos, de acordo com representantes do setor farmacêutico.
Dados da indústria sinalizam que a crise pode estar levando a uma preferência do consumidor pelos genéricos, em detrimento dos medicamentos de marca.
No acumulado de 12 meses até fevereiro, as vendas em unidades dos genéricos cresceram 13,9%, enquanto o mercado total cresceu 8%, segundo a Pró Genéricos (associação do setor).
“A população hoje reconhece nos genéricos uma alternativa de qualidade a preço inferior. Mas os tempos são de vacas magras e, no começo do ano, até o genérico,que tradicionalmente só cresce, teve resultado que nos alertou”, diz Telma Salles, presidente da Pró Genéricos.
Reajuste O percentual definido pela Cmed é calculado com base nos critérios que, junto com o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), compõem a fórmula usada pelo governo para fixar o reajuste máximo. Ao todo, 19 mil produtos estão sujeitos ao novo reajuste.
Além do IPCA, cuja taxa acumulada entre março de 2015 e fevereiro de 2016 ficou em 10,36%, o cálculo considera fatores como produtividade da indústria, concorrência do setor farmacêutico e custo dos insumos.
Em 2015, o índice máximo permitido pelo governo para o aumento dos medicamentos ficou em 7,7%. Já no ano anterior, foi de 5,7%.
Segundo a indústria,o novo aumento só deve chegar às farmácias quando for feita a reposição dos estoques.
Embora liberada pelo governo, a alta não costuma ser repassada a todos os produtos integralmente porque a indústria costuma oferecer descontos ao varejo.Desde o fim de 2015,porém,fabricantes decidiram reduzir tais descontos devido à elevação de custos como água e energia e ao câmbio, que encarece os insumos importados.
Nelson Mussolini, presidente do Sindusfarma, sindicato da indústria farmacêutica, afirma que os reajustes podem ser menores nos produtos de maior concorrência, como medicamentos isentos de prescrição, aqueles que o consumidor escolhe diretamente na gôndola e pode, portanto, comparar preços com facilidade, optando pelos mais baratos.
Entre os remédios vendidos com prescrição, os anti hipertensivos são um forte exemplo de categoria que dificilmente terá grandes altas.
Como há muita concorrência, o paciente pode pedir ao médico que indique opções mais em conta.
“Se a indústria não repassa a alta dos custos, ela sacrifica muito as margens e isso pode gerar redução nos investimentos em produtos”, afirma Mussolini.
Ele recomenda que o consumidor pesquise o valor dos medicamentos antes de realizar a compra porque a diferença de preço nos pontos de venda tem sido muito alta.
Em nota, o Ministério da Saúde diz que o impacto no consumidor, historicamente, tem ficado abaixo do índice anunciado,o que também deve ocorrer neste ano, devido à prática de descontos.

Fonte: Folha de S.Paulo

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