Pesquisadores desenvolvem tecido que pode matar o coronavírus usando campo elétrico
Publicado em 28/05/2020 • Notícias • Português
Um tecido para máscaras capaz de matar o novo coronavírus usando um campo elétrico. Essa foi a descoberta feita por cientistas da Universidade de Indiana. Em artigo publicado este mês, os pesquisadores afirmam que o tecido desenvolvido gera um campo elétrico fraco com baterias de microcélulas e é capaz de bloquear a proliferação do vírus.
A pesquisa faz parte de um campo ainda crescente de dispositivos médicos, conhecidos como “eletrocêuticos” ? uma fusão das palavras “eletrostático” e “farmacêutico”. Os eletrocêuticos usam campos elétricos fracos e não prejudiciais aos seres humanos para tratar uma variedade de doenças. Os marcapassos, usados ??no tratamento de arritmias, são um exemplo.
Chandan Sen, principal autor do artigo e diretor do Centro de Medicina e Engenharia Regenerativa da Universidade de Indiana, havia trabalhado no desenvolvimento do tecido gerador de corrente para aplicações antimicrobianas. A empresa de tecnologia bioelétrica Vomaris Inc comercializa um tecido eletrocêutico para uso como um curativo para matar bactérias.
O tecido é composto por poliéster com pequenos pontos de zinco e prata. O padrão geométrico alternando zinco e prata produz baterias de microcélulas que geram um campo elétrico após a exposição à umidade. Quando usado no tratamento de feridas, o campo elétrico reduz o risco de infecção bacteriana durante o processo de cicatrização.
Como os vírus dependem de forças eletrostáticas (cargas elétricas) para se ligarem às células, os pesquisadores chegaram à conclusão que o tecido eletrocêutico também poderia ser usado para bloquear a disseminação do novo coronavírus.
Pensando nisso, a equipe decidiu fazer um teste comparando o tecido eletrocêutico com um tecido de poliéster sem as baterias de microcélulas na superfície. Então, expuseram os dois tecidos em água contendo células com coronavírus à temperatura ambiente e permitiram sua absorção.
O teste revelou que um minuto de contato com o tecido eletrocêutico levou a uma redução significativa na propriedade eletrocinética das partículas virais. Além disso, os pesquisadores monitoraram as células infectadas recuperadas dos tecidos eletrocêuticos e notaram a ausência da curva de contaminação esperada.
A equipe relatou que as células em contato com o tecido eletrocêutico eram tão saudáveis ??quanto as células não infectadas, indicando que o vírus havia perdido sua capacidade de infecção.
Embora sejam necessários mais estudos, os pesquisadores esperam que a descoberta seja o primeiro passo para receber uma autorização do governo americano para usar a tecnologia na produção de máscaras faciais.
Fonte: Época Negócios