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Ministro deixa cargo para votar em Picciani

Publicado em 17/02/2016 • Notícias • Português

Em meio a uma das maiores crises de saúde pública dos últimos anos, o ministro da Saúde, Marcelo Castro, licencias e hoje do cargo para retomar seu mandato na Câmara e votar pela recondução do líder da bancada do PMDB na Casa, Leonardo Picciani (RJ). Ontem, Castro compareceu a um jantar em apoio ao correligionário.
O deputado fluminense,apoiado pelo Planalto e com postura anti-impeachment, enfrenta Hugo Motta (PB), apoiado pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), responsável por deflagrar o processo de impedimento da petista na Casa.
A liberação de Castro ocorre a despeito do discurso do governo de não interferência na disputa.
Sua licença deve durar poucas horas, uma vez que ele tem uma agenda prevista com a presidente no fim do dia.
Os dois peemedebistas vão para o enfrentamento com uma conta que não fecha – Picciani diz ter entre 42 e 45 votos; Motta afirma contar com 36 a 41 deputados.
A bancada tem atualmente 69 deputados.
Na véspera da disputa, o dia foi de reuniões dos dois lados.
Picciani recebeu outros três reforços que voltaram à Câmara na tentativa de reeleger o líder.
O secretário estadual do Rio Marco Antônio Cabral (Esportes) e municipal do Rio Pedro Paulo (Coordenação de Governo) reassumiram seus mandatos e o vereador carioca licenciado Átila Nunes (ex-PSL) foi reconhecido ontem como membro do PMDB fluminense.
No fim do ano passado,a posse de Nunes como deputado federal foi articulada por Picciani, com apoio do comando do PMDB do Rio, para ampliar o apoio ao atual líder. Cunha se negou a dar posse a Nunes sob a alegação de que ele não podia ser empossado por exercer mandato de vereador no Rio.
O caso foi parar no Supremo Tribunal Federal que garantiu a posse de Nunes,mas como filiado ao PSL – ele estava filiado ao PMDB-RJ desde 1.º de outubro do ano passado. A Câmara alegou que o partido precisava fazer uma comunicação formal para realizar a alteração. O comunicado da Executiva Nacional,comandada pelo vice-presidente Michel Temer, chegou à Câmara na segunda-feira e foi acatado por Cunha no início da tarde de ontem.
Apoiador da candidatura de Hugo Motta, Cunha criticou as trocas promovidas por Picciani e seus aliados. “Manobra está sendo feita na tentativa de liderança do PMDB,que está trazendo titular, mas não para sair suplente do PMDB e sim para nomear deputados provisoriamente de outros partidos para crescer a bancada. Isso aí é que é a manobra”, afirmou Cunha.
Constrangimento. Para tentar constranger o ministro, líderes do PSDB,DEM,PPS e Solidariedade apresentaram ontem um requerimento para convocá-lo à Câmara. O motivo oficial era prestar esclarecimento sno plenário sobre as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti, transmissor dos vírus da dengue, da zika e da febre chikungunya.
A convocação pode ser votada hoje.
Embora tenha reconhecido que Castro tem direito de assumir o mandato temporariamente, Cunha voltou a criticar a possibilidade de o ministro deixar o cargo para apoiar Picciani, em meio à epidemia de microcefalia – doença que, segundo especialistas, é causada pelo vírus zika. Sobre Castro, seu desafeto desde as desavenças no texto da reforma política relatada então pelo atual ministro, o presidente da Câmara afirmou: “O problema é o desgaste que ele está provocando por ser um ministro emblemático neste momento com a crise da saúde que está”.
O ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, fez questão de destacar ontem que a saída do ministro não afetará em nada as ações de combate ao mosquito Aedes aegypti.“Vai sair num dia e voltar no outro.”

Fonte: O Estado de S.Paulo

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