Paciente não ficará mais de 12 horas em UPAs
Publicado em 01/02/2016 • Notícias • Português
Para economizar, a Secretaria estadual de Saúde limitará em 12 horas a permanência de pacientes nas UPAs. Depois disso, quem não estiver recuperado terá de ir para hospital. Criadas para desafogar os hospitais públicos, embora a atenção básica em saúde seja uma atribuição dos municípios, as Unidades de Pronto Atendimento ( UPAs) do estado há muito tempo não cumprem essa função. É comum ver ali pacientes internatos por dias e até meses. Agora, para cortar despesas num cenário de crise e retomar o papel original das unidades, o governo decidiu, em seu plano de reestruturação, que nenhum doente ficará mais de 12 horas em qualquer uma das 29 UPAs ( embora elas continuem a funcionar 24 horas por dia). Para isso, o estado vai criar um sistema de transferência para os hospitais da sua rede.ECONOMIA DE R$ 250 MILHÕES A reestruturação começa até o fim do primeiro trimestre deste ano. Segundo o secretário de Saúde, Luiz Antônio Teixeira Júnior, as novas medidas representarão uma economia de cerca de R$ 250 milhões do total de R$ 1,2 bilhão que o estado quer reduzir este ano nos gastos da área. Ele explicou que haverá diminuição de custos com o fim da internação, pois não haverá necessidade de equipes para tratamento intensivo. Além disso, cada UPA atenderá um tipo paciente. Algumas serão só para crianças ( como a de Botafogo); outras, exclusivamente para adultos ( como a de Copacabana). Haverá ainda as mistas. Além disso, os contratos com as prestadoras de serviços de limpeza, vigilância e alimentação estão sendo renegociados.
— A nossa estratégia é garantir que os pacientes não fiquem mais tempo do que o necessário, porque isso gera um custeio absurdo — explicou Teixeira.
Outra vantagem na redução do tempo de permanência dos pacientes nas UPAs, disse o secretário, será acabar com o recebimento da avalanche de liminares da Justiça, determinando a transferência dos doentes para hospitais.
— A UPA não é lugar para os pacientes ficarem internados. Até 12 horas, o doente pode ser tratado e liberado. Se, por exemplo, o paciente for internado numa UPA com um pico de hiper tensão, o profissional de saúde fará uma medicação. Se a pressão se estabilizar e não houver riscos, ele vai para casa. Não controlou a pressão, sai de lá para o hospital. Se ele ficar na unidade, a situação não se resolve. Então, o que ele vai ficar fazendo lá? — perguntou o secretário.
COGESTÃO DO PEDRO ERNESTO Se a central de regulação de leitos não encontrar vaga, o estado vai criar um núcleo com as suas próprias unidades. Nesse cenário, disse o secretário, o Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, será fundamental para abrigar pacientes oriundos das UPAs da Zona Sul ( Botafogo e Copacabana). Luiz Antônio informou que está discutindo com a reitoria da Uerj ( à qual a unidade está ligada), a Secretaria de Ciência e Tecnologia e o diretor do Pedro Ernesto uma cogestão:
— Atualmente, o Pedro Ernesto é da Uerj e tem autonomia universitária. Mas todas as despesas que paga são descontadas da verba destinada à Secretaria estadual de Saúde, que não tem qualquer ascendência sobre essas despesas. Por isso, queremos a administração financeira dele. Ele é crucial para os planos da Secretaria de Saúde. Atualmente, ninguém sabe de quanto ele precisa para voltar a funcionar plenamente. Quero conhecer todos os contratos de prestadores de serviço para podermos resolver o problema em definitivo.
Fonte: o Globo