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BTG Pactual busca venda de participação em rede de hospitais

Publicado em 07/01/2016 • Notícias • Português

O Grupo BTG Pactual tenta vender sua participação remanescente na maior rede de hospitais do Brasil em um momento em que o banco tenta fortalecer suas posições de caixa após a prisão do presidente do conselho da empresa, André Esteves, disseram duas fontes informadas sobre o assunto.

O BTG Pactual ofereceu uma participação de cerca de 12 por cento na Rede D’Or São Luiz SA, de capital fechado, à Carlyle Group LP, ao GIC Pte, que é o fundo soberano de investimento de Cingapura, e a Jorge Moll, o bilionário que controla a rede de hospitais com sua família, disseram as fontes, que pediram anonimato porque as discussões não são públicas. O BTG está tentando também vender outros investimentos em capital privado, disse uma das fontes. O GIC é o mais provável comprador, disse uma outra pessoa.

Os temores em relação ao financiamento e à liquidez do BTG Pactual levaram a Moody’s Investors Service e a Fitch Ratings a dizerem que estavam revisando sua classificação de crédito para um possível rebaixamento. O BTG financia cerca de 23 por cento de seu balanço de R$ 302,8 bilhões (US$ 79 bilhões) com ações ou dívidas de longo prazo, deixando o restante vulnerável a mudanças nos custos dos empréstimos ou na confiança dos credores, das contrapartes e dos depositantes do banco.

“O BTG terá que se tornar menor”, disse Carlos Thadeu de Freitas, ex-diretor do Banco Central do Brasil. “Em tempos assim, os bancos estrangeiros podem ter uma vantagem no Brasil. Existe mais confiança neles. Poderia haver uma fuga rumo à segurança”.

Representantes do BTG e da Carlyle preferiram não comentar sobre a participação na Rede d’Or. O GIC também preferiu não comentar o assunto. Uma porta-voz da Rede D’Or disse, em um comunicado enviado por e-mail, que a família Moll não está negociando a compra da participação do BTG.

O BTG deixou de fazer empréstimos e está adotando outras medidas para preservar a liquidez, disse Pérsio Arida, que foi nomeado CEO interino da empresa no dia 25 de novembro e no domingo foi nomeado presidente do conselho, em entrevista ao Financial Times, na sexta-feira. Um representante do BTG confirmou os comentários publicados pelo FT.

O BTG comprou 25,6 por cento da Rede D’Or, que tem sede em São Paulo, em 2010, por cerca de R$ 600 milhões, disse no início do ano uma fonte informada sobre o assunto. Em maio, o BTG Pactual vendeu metade de sua participação na Rede D’Or para o GIC por R$ 1,6 bilhão, segundo o banco. Em agosto, o BTG Pactual estava negociando a venda de uma pequena participação à Carlyle, empresa de private-equity com sede em Washington, disseram fontes informadas sobre o assunto na época.

Queda nas ações

Esteves, que é também fundador e sócio controlador do BTG Pactual, foi preso no dia 25 de novembro em conexão com a abrangente investigação brasileira à corrupção no entorno da empresa petrolífera estatal, a Petrobras. As ações do banco com sede em São Paulo caíram 26 por cento desde a prisão de Esteves e o rendimento de seu título de referência subiu para mais de 11 por cento.

Esteves, 47, foi transferido da sede da Polícia Federal no Rio de Janeiro para uma penitenciária comum conhecida como Bangu 8 depois que o pedido de libertação apresentado por seu advogado foi negado pelo ministro Teori Zavascki, do Supremo Tribunal Federal, na noite de quinta-feira.

“O banco é sólido e tem uma posição financeira robusta”, escreveu Arida, em uma carta a clientes, na sexta-feira. Um representante do banco confirmou a declaração. “Estamos analisando os fatos ligados às acusações contra o senhor Esteves para garantir que todos os problemas sejam esclarecidos o quanto antes”.

Fonte: UOL

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