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Alta no desemprego e falta de crédito afetam setor de máquinas para saúde

Publicado em 14/01/2016 • Notícias • Português

As fabricantes de máquinas e equipamentos para o setor da saúde têm intensificado a oferta de serviços para incrementar a receita e escapar de mais um ano difícil, devido à falta de crédito, fim de subsídios e a queda no emprego.

“O desemprego tem levado a redução da base de clientes das operadoras de saúde privada e também sobrecarrega o sistema público, impactando o caixa dos clientes do setor. Para manter os negócios, as empresas buscam novas alternativas”, afirma o presidente da Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde(Abimed), Carlos Goulart.

A alemã Siemens espera lucrar com o crescimento da demanda por soluções para os equipamentos do próprio portfólio no País, em 2016. Com clientes menos inclinados a realizar novas aquisições, a saída tem sido vender serviços com foco no aumento da produtividade.

“Continuamos oferecendo atualizações para as máquinas já adquiridas e consultoria para rever os processos dos clientes para eles aprimorarem seus serviços”, conta o responsável pela área de terapias avançadas da Siemens na América Latina, Fernando Narvaez.

Ele revela que a companhia também está ampliando as linhas de produtos fabricados no Brasil para enfrentar o avanço do dólar sobre o real, que tem oscilado próximo de R$ 4. Com a mudança, o executivo planeja reduzir o impacto do câmbio nos preços da companhia no País.

“Mesmo com o ambiente econômico ainda difícil, não temos nenhuma projeção catastrófica para 2016”, ressalta.

De acordo com o executivo, no ano passado, houve um modesto crescimento no volume vendido. “Agora estamos olhando com atenção para ver como ficará o mercado”, comenta. A Siemens não divulga a expectativa de vendas no mercado nacional.

A GE Healthcare também vai enfrentar as vendas menores com uma maior oferta de serviços para reforçar as margens.

“Aumentar a produtividade dos equipamentos de saúde é a chave. Embora essa seja uma questão sempre presente no setor, em períodos de crise econômica a procura por novas soluções aumenta”, observa o diretor de marketing de ressonância magnética da empresa para a América Latina, Caio Sanches.

Na opinião dele, todo o mercado de saúde deve registrar retração em 2016. “Mas esperamos manter a liderança no segmento de ressonância, ampliando os ganhos com a oferta de atualização dos nossos produtos”, diz Sanches.

Financiamento

Para o executivo da GE, mesmo com as alternativas encontradas pela empresa, a retomada de perspectivas melhores ainda depende da oferta de linhas de crédito para financiar as compras e investimentos.

“Por ser um setor muito dependente de financiamento para as vendas, a demanda tem sido muita afetada pela atual conjuntura econômica”. Ele acrescenta que os cortes de subsídios e investimentos dos governos na área da saúde também são limitadores de crescimento da indústria.

De acordo com Carlos Goulart, da Abimed, o sistema de saúde pública responde, atualmente, por cerca de metade do mercado de equipamentos e produtos médicos no Brasil, sem considerar investimentos e subsídios.

“Acompanhamos os cortes do governo federal nos aportes do setor nesse último ano e esperamos mais uma queda na demanda pública em 2016”, afirma o dirigente.

Na avaliação do presidente da Aliança Brasileira da Indústria Inovadora em Saúde (ABIIS), Carlos Eduardo Gouvêa, embora subsídios para compra de equipamentos estimulem o crescimento industrial, o setor têm encontrado cada vez mais alternativas para ter acesso a alta tecnologia.

“A ajuda pública é muito localizada. Isso tem feito o setor privado optar por compras parceladas, comodato e diferentes modelos de locação”, explica Gouvêa.

O presidente da ABIIS comenta que as empresas não têm qualquer perspectiva de contar com recursos do governo, sejam investimentos ou subsídios. Os gastos do governo com saúde e custeio chegaram a R$ 84,101 bilhões até novembro do ano passado, o que representa uma queda real de 5,1% em relação ao mesmo período de 2014.

“O governo federal deve manter o contingenciamento de despesas, com corte de repasses para os Estados. Esses, por sua vez, enfrentam a redução da arrecadação de tributos, piorando a situação do caixa público”, acredita. A falta de recursos, diz Gouvêa, também tem levado os governos federal e estadual a atrasar o pagamento dos equipamentos.

O executivo da Siemens, Fernando Narvaez, lembra que somada ao caixa mais pressionado por repasses menores do governo, a incerteza sobre as contas públicas tem levado clientes a adiar investimentos.

Fonte: DCI

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