Em Davos, Barbosa defende volta da CPMF
Publicado em 21/01/2016 • Notícias • Português
“A CPMF é uma poupança necessária”, disse o ministro da Fazenda,Nelson Barbosa, nesta quarta-feira (20), em Davos, na Suíça, no primeiro dia oficial do Fórum Econômico Mundial.
“É necessário contar com ela para atravessar essa fase de turbulência econômica.
Sem esse aumento,vai demorar mais tempo para recuperarmos a economia. É importante para trabalhadores e empresários”, afirmou.
“A CPMF é um desafio,e é nosso dever convencer as lideranças políticas e a sociedade [de sua urgência].” A expectativa do governo é atingir uma arrecadação de R$ 10 bilhões a partir de setembro, se a reedição do imposto for aprovada pelo Congresso até maio.
A medida ajudaria no cumprimento da meta de superavit primário (poupança para abater a dívida pública) de 0,5% do PIB em 2016.
encontros Em seu primeiro evento internacional como ministro da Fazenda,Barbosa teve vários encontros.
A investidores Barbosa, que substituiu Joaquim Levy no fim de 2015, contou ter dito que o Brasil está em um processo de reequilíbrio macroeconômico, em meio a um ambiente internacional adverso, e que o governo concretizou medidas sinalizadas no início do ano passado.
O ministro acrescentou que o governo continuará a avançar com medidas que estão no Congresso e que mudam de modo estrutural a trajetória de gastos públicos.
Barbosa defendeu ainda que o Brasil oferece boas oportunidades em infraestrutura e outras áreas.
De investidores,o ministro, segundo contou, ouviu sugestões para destravar investimento: para melhorar o mercado financeiro, desenvolver fontes privadas de financiamento de longo prazo, para a área de seguros, e medidas regulatórias, sem detalhar que medidas estão sendo estudadas.
Barbosa disse esperar uma retomada da economia a partir do segundo semestre.
Entre os eventos do dia, o ministro foi o principal palestrante de um almoço organizado pelo Itaú Unibanco, teve reuniões com banqueiros estrangeiros e com a diretora-gerente do FMI (Fundo Monetário Internacional),Christine Lagarde.
O Fundo revisou nesta semana a projeção de contração do PIB brasileiro em 2016, de 1,0% para 3,5%.
“O Fundo faz revisões periódicas.
As previsões são incertas”,disse Barbosa.
“Estamos no início do ano e as pessoas têm de fazer projeções para ganhar seu negócio.” Sobre o comentário do ex presidente Lula de que a presidente Dilma Rousseff tenha mais ousadia e se concentre na recuperação econômica e na geração de emprego,o ministro disse que não havia visto as declarações.
Fonte: Folha de S.Paulo