Unimed-Rio revisa balanço e eleva prejuízo
Publicado em 18/02/2016 • Notícias • Português
A Unimed-Rio revisou seu balanço de 2014 e registrará um prejuízo maior que os R$ 198 milhões já apresentados. O superintendente-geral da cooperativa, Alfredo Cardoso, disse que o resultado de 2014 revisto incorpora eventos detectados em 2015, mas que se referiam a 2014. Se não houvesse a revisão, o balanço dos últimos 12 meses seria ‘contaminado’, levando a companhia a registrar o segundo pior resultado de sua história – o primeiro foi o de 2014.
Em 2013 a companhia registrou lucro de R$ 51,5 milhões.
A extensão das perdas pode ficar em duas ou mais vezes o valor registrado inicialmente. A extensão real só será conhecida após a auditoria dos números, que começou ontem. “Mas é só uma questão contábil, não afeta o desempenho da cooperativa”, disse o executivo. Ele afirmou que entre as práticas que tiveram que ser revisadas está a forma como são contabilizados os gastos com clientes usando a rede de Unimeds de outros Estados, o chamado intercâmbio. As regras foram alteradas pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e não haviam sido adotadas pela Unimed-Rio.
A cooperativa tem até o dia 15 de março para apresentar os balanços auditados de 2014 e 2015 para aprovação em sua assembleia geral. A ANS também exige que os grandes planos de saúde publiquem seus resultados até o dia 31 de março.
O balanço de 2014 ainda não havia sido aprovado pelos cooperados mesmo depois de três tentativas realizadas ao longo do ano passado.
De acordo com Cardoso, sem os números de 2014 fica difícil falar sobre o desempenho de 2015, mas a expectativa é que o resultado seja mais positivo. “Provavelmente teremos geração de Ebit (resultado antes do pagamento de juros e impostos)”, disse.
Segundo o executivo, no ano passado a Unimed-Rio adotou uma série de medidas para redução de custos, como a demissão de mais de mil funcionários e a redução de superintendências de 12 para 4. Também foi realizada uma campanha de vendas a partir de agosto que ajudou a elevar para 30 mil o número de novos clientes adicionados por mês. No começo do ano, a média era de 4 mil.
O número de vidas atendidas, no entanto, encolheu de 1,26 milhão para 1,03 milhão, resultado do aumento do reajuste nas mensalidades. “Mas a gente perdia dinheiro em cerca de 200 mil dos desligamentos. Foi um processo benéfico”, afirmou.
De acordo com Cardoso, o ano de 2016 começou com um ritmo bom e a expectativa é que continue assim por questões como a crise na saúde pública no Rio e o surto de zyka, que têm ampliado a busca por planos de saúde.
Fonte: Valor Econômico