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Temer decide enxugar ministérios

Publicado em 11/05/2016 • Notícias • Português

O vice-presidente Michel Temer, que deve assumir a presidência esta semana, decidiu reduzir o número de ministérios dos atuais 32 para 22 pastas. Num esforço para consolidar sua base de apoio no Senado, convidou o senador Blairo Maggi (MT) para assumir o Ministério da Agricultura. Antes mesmo da decisão de ontem do presidente interino da Câmara, Waldir Maranhão (PP-MA), de anular a sessão que aprovou a abertura de processo de impeachment, o vice havia confidenciado a aliados a preocupação com a instabilidade política na Câmara dos Deputados, mas ouviu de integrantes da Mesa Diretora que o presidente em exercício, Waldir Maranhão (PP-MA), será monitorado “24 horas por dia”.

Um dos integrantes da Mesa Diretora – que tem seis titulares e quatro suplentes – garantiu a Temer que o presidente Waldir Maranhão será vigiado de perto. “Ele [Maranhão] terá que ser monitorado 24 horas por dia”, disse ao Valor este integrante da Mesa, que é fiel aliado de Temer. A conversa foi travada um dia antes da divulgação da decisão de Maranhão, que tumultuou a cena política.

As principais lideranças da Câmara, que integram a base do futuro governo Temer, afirmam que Maranhão não tem “pulso” para comandar a Casa. No entanto, não há como afastá-lo do exercício da presidência num curto espaço de tempo. A substituição de Maranhão só seria possível se Eduardo Cunha renunciasse ao cargo de presidente da Casa, mas o pemedebista não cogita essa hipótese. Até outro desfecho, Temer terá que conviver com Maranhão no comando da pauta e das decisões da Câmara. A Mesa Diretora tem como titulares deputados do PRB, PR, PROS, PSDB e PTB, todos na base de Temer. Em outra frente, Temer investe no fortalecimento da base no Senado. O gesto do presidente Renan Calheiros (PMDB-AL) ontem, de não acolher a anulação da votação do impeachment, conforme decisão de Maranhão, mostrou que Temer tem sustentação política na Casa.

A iniciativa de convidar senadores para o primeiro escalão de seu potencial governo decorre do esforço de consolidar essa base no Senado. Blairo Maggi (PR-MT) confirmou ao Valor que foi convidado e poderá assumir o Ministério da Agricultura na cota do PP. Maggi afirmou que está disposto a se desfiliar do PR e ingressar no PP, que terá em sua cota o Ministério da Agricultura. “Sou uma indicação para a Agricultura feita pelo presidente do PP, senador Ciro Nogueira [PI]”, disse Maggi ao Valor. “Seria indelicado não me filiar ao PP, avalio”.

Nas negociações em curso, o PP também indicará o presidente da Caixa Econômica Federal, que será o ex-ministro da Integração Nacional Gilberto Occhi e o titular do Ministério da Saúde, que deve ser o deputado Ricardo Barros, do PP do Paraná.

O senador Tasso Jereissati (PSDB-CE) foi sondado para assumir o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio. Até agora, o PSDB tem confirmado em sua cota o Ministério das Cidades. Deve assumir o deputado Bruno Araújo (PSDB-PE).

O senador José Maranhão (PMDB-PB), que se reuniu com Temer ontem, disse que o encontrou “tranquilo”, diante da decisão do presidente da Câmara. Ontem o empresário Abílio Diniz também se reuniu com Temer no Palácio do Jaburu.

Fonte: Valor Econômico

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