Conselho mantém Nader na presidência de entidade científica
Publicado em 08/07/2016 • Notícias • Português
O conselho da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência) decidiu, por unanimidade, manter a biomédica Helena Nader na presidência da instituição.
A pesquisadora disse nesta quarta (6) que colocaria seu cargo à disposição e o fez nesta quinta (7) após desentendimento com uma pessoa da plateia em um ato da reunião anual da entidade.
O encontro é um dos eventos científicos mais importantes do país. Neste ano, ele acontece na UFSB (Universidade Federal do Sul da Bahia), em Porto Seguro.
O ato público tinha como objetivo protestar contra a fusão do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação com o das Comunicações, anunciada pelo presidente interino Michel Temer (PMDB).
A entidade também pedia especificamente a recuperação do orçamento da pasta de ciência. Em 2013, ele era de R$ 9,4 bilhões; hoje, é de R$ 4,3 bilhões.
O imbróglio teve início quando o professor de química teórica da UFPE (Universidade Federal de Pernambuco), Antonio Carlos Pavão, pediu o microfone e fez críticas à presidente: “A SBPC está em cima do muro. Negociou com golpistas, fez reunião com golpistas”, disse Pavão, referindo se aos encontros da SBPC e de outras entidades com o ministro da nova pasta, Gilberto Kassab. Na sequência,uma pessoa da plateia chamou Nader de “pelega”.
Em nota divulgada nesta quinta (7),os conselheiros da entidade repudiaram “as agressões verbais sofridas por sua presidente” e reafirmaram “apoio integral à gestão de Nader”.
De acordo com Glaucius Oliva, ex-presidente da agência federal de fomento à ciência CNPq e membro do conselho da SBPC, o episódio é típico de uma democracia.
A biomédica Helena Nader está à frente da presidência da SBPC desde 2011 e mantém carreira na Unifesp, onde dá aula desde a década de 70.
À Folha, ela afirmou nesta quarta (6) que estava sendo injustiçada. “Fui colocada como pró-Temer quando nunca me posicionei nem pró-Dilma nem pró-Temer.A SBPC, de forma sábia,não tomou posição.”
Fonte: Folha de São Paulo