Pronto para o paciente 4.0
Publicado em 02/06/2019 • Notícias • Português
SETOR DE TECNOLOGIA MÉDICA teve crescimento exponencial nos últimos anos, passando a e exigir mais treinamentos dos profissionais de saúde
Sistemas que anteveem em 24 horas se um paciente terá uma piora clínica. Ou que monitoram dados e enviam alertas, por aplicativo, sobre a condição de cada paciente ao médico. Outros que, com uso da base histórica de Big Data, em 15 a 20 minutos, tornam possível saber se o paciente do pronto-socorro vai ou não ficar internado.
Estes são apenas alguns exemplos de como a transformação digital vem impactando a vida dos profissionais de saúde e, consequentemente, da população. Enquanto a economia nacional patina, o setor de tecnologia médica mantém um crescimento sustentável. O consumo registrou aumento de 13,5% em 2018. Para 2019, a Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed) projeta crescimento de 5% a 7%.
—A evolução tecnológica deverá produzir grandes mudanças na interação entre os elos da cadeia de saúde (indústria, distribuidores, hospitais, pagadores, profissionais de saúde e pacientes) —considera Carlos Alberto Goulart, presidente-executivo da Abimed. Para Nelson Garcia, diretor de soluções clínicas da GE Healthcare, o setor de saúde talvez seja a última milha da internet 4.0 e vai mudar completamente a jornada do paciente, na medida em que este consegue informações mais rapidamente.
—E o médico precisa estar treinado para esse novo fluxo, onde a informação deixou de ser rara e cara para ser disponível e barata.
DECISÕES MAIS RÁPIDAS
No setor de cuidados intensivos, por exemplo, por meio de inteligência artificial e de soluções inteligentes, o médico conseguirá reduzir prazos e antecipar decisões, diz Nelson Garcia. —Neste setor tempo é primordial. Quanto mais a gente puder diminuir as decisões na linha do tempo a favor do paciente ou antecipá-las, mais isso muda o prognóstico de uma pesoa entre vida e morte. Eduardo Tugas, diretor da divisão médica da Fujifilm, lembra que a evolução dos equipamentos tem sido enorme nos últimos anos, especialmente com o desenvolvimento dos softwares de aquisição e processamento de imagens.
— O maior beneficiado com esta nova onda de soluções é o paciente, que terá, além do seu médico de confiança, softwares capazes de identificar lesões em estágios iniciais, facilitando muito o tratamento e a cura — considera ele.
DOIS EM DOIS ANOS
Com um período extremamente curto — estima-se que o ciclo de vida dos produtos seja de dois anos — o mercado de saúde é muito atrativo para a adoção de tecnologia. No entanto, a grande preocupação que o provedor de saúde deve ter é se a adoção tecnológica agrega valor no desfecho ou no diagnóstico, pondera Sidney Klajner, presidente da Sociedade Israelita Brasileira Albert Einstein.
— Não adianta incrementar custos se não há uma entrega de resultados melhor do que a obtida com equipamentos anteriores —afirma ele. Para Klajner, a grande questão é que a adoção de tecnologia tem que ser voltada para o paciente. No entanto, alguns gestores médicos usam a inovação como instrumento de marketing e divulgação.
— O gestor de saúde tem que estar a par e consciente de que o sistema de saúde tem que ser sustentável e nós estamos em risco de não conseguir tê-lo. Nos EUA, o incremento de tecnologia é enorme. O dispêndio aumenta mas a longevidade do cliente, não. Por que? Talvez os melhores interesses dos pacientes não estejam representados na decisão de quem adota a tecnologia. Para o vice-presidente de RH da Rede D’Or, Mauro Sampaio, o diferencial está em investir em tecnologias que realmente impactem na qualidade, melhorem a efetividade clínica e ajudem a reduzir desperdícios e variabilidade no cuidado. —A
Rede
D’Or já tem experiências de sucesso nessa área. Por exemplo, uma parceria com a Microsoft possibilitou a redução de 20% no número de infecções na UTI por meio da análise de indicadores da unidade e intervenções nos problemas identificados —explica. Especializada em medicina preventiva, a Med-Rio Check-up alimenta os seus bancos de dados, a partir dos resultados dos exames de check-ups. Com essas informações, o sistema consegue avaliar os fatores de risco e desenvolver programas de saúde individuais e personalizados.
—Por sinal, nos próximos dias, viajarei para Israel, justamente para conhecer novas iniciativas do uso de TI e Big Data na saúde. Vou avaliar o que dessas novidades pode ser aplicado em check up e medicina preventiva— afirma Gilberto Ururahy, diretor médico da MedRio Check-Up.
Ele lembra, entretanto, que o uso de ferramentas de inteligência artificial tem suas limitações.
— A saúde do homem, em muitos casos, também inclui questões emocionais e ainda não há nenhum sistema artificial que consiga compreender a complexidade do cérebro humano nesse sentido —sentencia. Analistas do Bank of America afirmam que avanços tecnológicos aumentarão significativamente a expectativa de vida. No próximo ano, a quantidade de informação médica (na forma de dados de pacientes, exames laboratoriais e de imagens, pesquisas e observações durante as consultas), dobrará a cada 73 dias. Em 2010, isso acontecia a cada 3 anos e meio. Em 1950, a cada 20 anos. Assim, além do tratamento e do atendimento, as empresas de tecnologia estão investindo em sistemas para ajudar na atualização dos protocolos. A Elsevier Clinical Key é uma solução de apoio à decisão clínica e fornece informação atualizada e baseada em evidências.
O médico pode consultar os remédios disponíveis e analisar a interação entre medicamentos. Dependendo do sintomas do paciente, ele consegue procurar o protocolo de atendimento e indicar os exames necessários.
— Este tipo de sistema padroniza e otimiza o tempo do médico.Eletemnasmãostoda as ferramentas para levar a um bom diagnóstico —explica Vítor Liberatori, gerente Sênior de Produtos da Elsevier A rotina atribulada dos médicos também é alvo da tecnologia. A Stefanini Health desenvolveu soluções de escalas médicas digitais que acompanham as etapas do processo desde o momento em que o médico aceita a escala ou quando propõe a troca com outro profissional. A ferramenta tem lembretes e sinaliza que o médico ainda não aceitou o plantão. —As vantagens são o ganho de tempo dos gestores médicos para realizar atividades administrativas, o melhor monitoramento dos profissionais e a gestão e controle das horas — explica Mirna Machado, diretora da Stefanini Health.
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Fonte: O Globo