Abimed participa da inauguração do Centro de Experiência da Baxter
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Publicado em 22/02/2025 • Notícias • Português
Evento reuniu especialistas para debater os desafios da IA na saúde, incluindo regulação, interoperabilidade e impacto econômico, com a presença de líderes da Abimed e do setor.
A Inteligência Artificial (IA) já é uma realidade na saúde, mas sua adoção ainda envolve desafios como regulação, interoperabilidade e viabilidade econômica. Esses foram alguns dos temas abordados durante a inauguração do novo Centro de Experiência ao Cliente da Baxter, em São Paulo. O espaço foi projetado para aproximar inovação e prática clínica, permitindo que profissionais testem novas tecnologias e entendam seus impactos no setor.
O evento contou com a participação de especialistas como Lilian Hoffman, que ressaltou o potencial transformador da IA nos diagnósticos, tratamentos e gestão hospitalar, mas alertou para a necessidade de um olhar realista sobre sua implementação. “Precisamos colocar essa bola no chão para não vivermos uma frustração com uma chamada tecnológica que está aí para ajudar, mas que também tem desafios”, afirmou.
A Abimed esteve representada por Fernando Silveira Filho, Presidente Executivo; Silvio Garcia Júnior, Gerente de Relações Institucionais e Governamentais em São Paulo; e Paulo Simas, Gerente de Marketing, que acompanharam as discussões sobre inovação e o futuro da digitalização na saúde. Fernando reforçou a importância de um ambiente regulatório adequado para equilibrar inovação e segurança. “Ainda há muitas questões em aberto, como a validação dos algoritmos e a responsabilização em casos de erro. Precisamos incentivar a modernização sem criar barreiras excessivas para o setor”, destacou.
Outro ponto crítico discutido foi a falta de interoperabilidade entre sistemas de saúde. Fernando Torelly, CEO do HCor, comparou a situação com a do setor financeiro. “Os bancos fazem transações instantâneas, mas no setor de saúde ainda há obstáculos para o compartilhamento de informações entre hospitais. Isso impacta diretamente a qualidade do atendimento e a eficiência operacional”, explicou.
Além dos desafios técnicos, a digitalização da saúde exige mudanças culturais. Para Hoffman, a adoção da IA deve considerar o preparo dos profissionais. “Às vezes, olhamos muito para a tecnologia e esquecemos que serão as pessoas que vão lidar com ela”, pontuou.
O impacto econômico da IA também foi debatido. Natália Cuminale destacou que a decisão de investir em novas tecnologias precisa considerar a viabilidade financeira e o retorno para pacientes e instituições. “O setor de saúde lida com restrições orçamentárias significativas. O uso da IA precisa ser sustentável e estratégico”, afirmou.
O novo Centro de Experiência da Baxter surge como um ambiente propício para que médicos e gestores possam explorar essas inovações, na prática. “Esse espaço nos dá a chance de experimentar, errar e aprender com a tecnologia. A inovação precisa sair do discurso e entrar na realidade”, concluiu Hoffman.