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Alta dos medicamentos impacta ainda mais orçamento das famílias de baixa renda

Publicado em 05/04/2016 • Notícias • Português

As famílias brasileiras que ganham até R$ 1,3 mil gastam, em média, R$ 52 com medicamentos todos os meses, ou seja, 4% do orçamento. Com o reajuste de 12,5% autorizado pelo Ministério da Saúde, que é o primeiro em 10 anos acima da inflação, esse gasto pode chegar a até R$ 58,50 em abril, considerando que não houve aumento na renda. Parece pouco, mas não é. O DIEESE calculou o impacto aproximado na inflação mensal, que segundo a supervisora na área de preços, Patrícia Lino Costa, vai atingir em cheio o custo de vida das famílias de baixa renda. 

Considerando que nada mais aumente em abril, se todos os preços ficarem estáveis, só o aumento do medicamento eleva o custo de vida em 0,4%. Se você tem uma inflação de 0,5%, um impacto de 0,4 pontos percentuais é alto. Para as famílias mais ricas, o impacto será de 0,23 ponto percentual, quase metade do índice médio mensal de inflação. Já quem tem mais de 60 anos desembolsa 6% da renda para comprar remédios. O gasto pode passar dos R$ 87 por mês depois do aumento. Mas o cenário fica ainda pior para os doentes crônicos. 

Os remédios no Brasil estão entre os mais caros do mundo. O setor tem preço controlado pelo governo federal. A Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos determina um valor máximo de venda para cada uma das seis categorias: duas de produtos novos, os de referência, que levam em conta os preços internacionais; e quatro de medicamentos similares ou genéricos, que custam até 35% menos. 

De acordo com o médico e professor especialista em gestão de saúde Rubens Baptista Júnior, na maioria dos casos a lei da oferta e da procura é que determina o valor na prateleira. O preço do Tamiflu, por exemplo, utilizado para tratar gripe H1N1 e em falta no mercado varia entre R$ 173 e R$ 231 na rede privada. Para ele, falta uma cultura de inovação no Brasil para baratear os remédios. 

A lista de preços de medicamentos comercializados no Brasil tem cerca de 25 mil itens. Para conseguir o melhor preço é preciso pesquisar. Com a ajuda da internet é possível acessar sites que comparam valores. Já o programa do governo federal Farmácia Popular oferece 112 itens com preços até 90% mais baratos. Pelo Sistema Único de Saúde remédios de uso contínuo ou de alto custo são oferecidos gratuitamente para quem tem receita. A lista está disponível no site do Ministério da Saúde.

Fonte: Portal Snif Brasil

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