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As novas tecnologias e suas relações com a área da saúde

Publicado em 12/04/2016 • Notícias • Português

Líderes sempre se sentiram na obrigação de se atualizarem para estar à frente dos seus liderados e, assim, puxá-los ao seu lado e passar os concorrentes. Entretanto, a tecnologia, que não para de evoluir, deixa um desafio maior a estas lideranças, que não conseguem mais acompanhar o mundo moderno apenas de forma tradicional.

No início da era digital, os funcionários tinham acesso às tecnologias de ponta através dos equipamentos da empresa. Hoje essa realidade mudou e todos querem usar seus próprios aparelhos. Claro que os investimentos ainda vêm das organizações e dos governos, mas o foco está cada vez mais nas pessoas, através de aplicativos de celular ou de facilidades para o trabalho.

Na área da saúde, a tendência é a mesma: as pessoas chegam aos hospitais, operadoras e demais serviços com uma visão clara do que as esperam, o tempo que demandará na unidade, o que poderá ser solicitado, quando será o retorno, informações sobre diagnóstico e tratamento, alternativas de atendimento, “estado da arte” da sua enfermidade no mundo médico e muitas outras demandas.

Este novo mundo exige uma inovadora postura das lideranças, forçando-as a entender o que está em evolução, como a internet das coisas, ou seja, o conjunto de tecnologias capazes de conectar aparelhos e objetos entre si, sem intervenção humana e por meio de sensores, isso acabará permitindo que aparelhos de ressonância magnética, por exemplo, façam exames interagindo sozinhos com outros equipamentos, finalizando parâmetros capazes de apresentar o melhor resultado diagnóstico.

Tudo isso, num futuro próximo, nos leva a crer que teremos cidades inteligentes e usaremos a medicina artificial. Nessa linha, a IBM demonstrou no ano passado, para um grupo seleto de executivos de São Paulo (do qual tive a honra de participar), o Watson, um supercomputador que já está sendo usado para combater doenças como diabetes e câncer, além de monitorar todos os estágios de mulheres gestantes.

Outras tecnologias, como a realidade virtual, já amplamente utilizada em jogos, não param de crescer e também tendem a vir para a nossa área. Igualmente, os drones são o alvo de vários poderes legislativos e executivos que querem criar regras claras para sua utilização. Assim, em breve eles poderão estar a serviço da saúde em catástrofes, para entrega de exames e outras utilizações.

Por outro lado, legisladores procuram preservara privacidade das pessoas, que estão expostas nas redes sociais, nos sistemas empresariais e governamentais, o que, com certeza, oferece risco devido à possível quebra de segredos profissionais. Dessa forma, aparelhos híbridos, que combinam computadores, smartphones e tablets para múltiplas funções, deixam diagnósticos, profissionais, pacientes e instituições nus. Os nossos esforços pela implantação do PEP- Prontuário Eletrônico do Paciente, do cartão com chip e de outras tecnologias devem continuar, mas também precisamos estar cientes dos riscos versus benefícios que a inter operacionalidade nos traz.

Outras formas de se relacionar com o dinheiro também afetam as empresas de saúde. Por exemplo, de 1995 a 2015, a emissão de cheques no Brasil caiu 79,8%, fazendo com que, em 20 anos, os 3,3 bilhões emitidos diminuíssem para meros 672 milhões. O dinheiro de plástico vem ocupando cada vez mais espaço, mas não só isso: abre espaço também para a moeda virtual, como o Bitcoin, com fama por seu modelo anárquico, que funciona sem intervenção de governos ou instituições financeiras, chamando a atenção de muitos, que veem no chamado blockchain- sistema de registro de transações praticamente imune a fraudes – uma maneira transparente de relações comerciais. Ou seja, o dinheiro digital chegou e, talvez, para ficar. O que isso nos afetará nos relacionamentos com nossos bancos, compradores de serviços, governo e pacientes? Ainda não sabemos!

Como estar atualizado e continuar liderando com todas estas velozes mudanças no mundo real das pessoas e organizações? A resposta vem de maneira simples. O gestor líder só precisa se preocuparem ser diligente no seu trabalho, se esforçar e se empenhar, sem ser jamais negligente. Também precisa ter lealdade aquém o contratou, agindo com integridade e bons princípios; eventualmente errando, mas jamais traindo a confiança de quem o contratou. Mais: precisa ter o hábito de informar tudo que sabe à instituição, sobre o que ocorre no ambiente interno e externo, nas suas relações com os profissionais e com o mercado em que atua. É observando as posturas corretas do seu líder que os liderados o respeitarão, independentemente de estar up to date com tecnologias.

O líder de saúde precisa ter autoridade moral e competência profissional, além de fé inabalável na missão que lhe é confiada. Disciplina e domínio de si completam o perfil de líder vencedor, que não tolera fraquezas, que ama seus liderados e pacientes com humildade, transparência e entusiasmo.

Claro q ue o esforço para se atualizar deve continuar sempre, mas muito mais importante é saber do seu relevante papel como exemplo e modelo. E isso se consegue com práticas simples e não tecnológicas: bons princípios, verdade e compromisso com a sociedade, com a instituição e seus liderados.

Fonte: Revista Hospitais Brasil

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