Banco deve vender fatia na Rede D’Or
Publicado em 07/01/2016 • Notícias • Português
O BTG Pactual negociou durante todo o fim de semana a venda de sua participação de cerca de 12% na Rede D’Or para o Fundo Soberano de Cingapura (GIC), segundo o Valor apurou. A previsão era que o acordo pudesse ser anunciado ainda no domingo, mas até o fechamento desta edição ainda não havia sido divulgado.
As condições de preço devem ser as mesmas firmadas em maio, quando o GIC adquiriu 14% da rede hospitalar por R$ 3,3 bilhões. No entanto, a transação atualmente é mais interessante para o GIC por conta da valorização do dólar frente ao real. A venda poderá ser fechada por algo próximo ao equivalente a R$ 2 bilhões.
De acordo com fontes do setor, o BTG tem interesse em vender esse ativo porque a Rede D’Or foi um investimento feito com recursos do banco e não do seu fundo de private equity. Em 2010, quando a legislação ainda não permitia capital estrangeiro em hospitais brasileiros, o BTG fez uma operação de debêntures que poderia ser convertida em uma participação de 24% da Rede D’Or. Na época, o BTG desembolsou cerca de R$ 1 bilhão.
Com essa mudança societária, o Fundo Soberano de Cingapura passaria a deter cerca de 26% da Rede D’Or. A família Moll, fundadora do grupo hospitalar, continua com o controle, com participação de 60%, e o fundo Carlyle também mantém sua fatia de 8%.
A entrada do GIC na Rede D’Or se deu em maio deste ano ao comprar fatias do próprio BTG e da família Moll que reduziram suas participações na mesma proporção. Poucos meses após essa transação, o Fundo Soberano de Cingapura comprou um pequeno lote de papéis da rede hospitalar do BTG, que diminuiu sua participação de cerca de 15% para 12% da Rede D’Or.
A Rede D’Or é o maior grupo hospitalar do país, com mais de 30 hospitais distribuídos no Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília e Pernambuco. O faturamento do grupo previsto para este ano é de cerca de R$ 6,5 bilhões, o que representa uma alta de 30% sobre 2014.
Desde a aprovação da presença de capital estrangeiro no setor, em janeiro, a Rede D’Or já passou por várias transações. Em abril, o Carlyle fez um aporte de R$ 1,7 bilhão por 8,3% do grupo hospitalar. No mês seguinte, foi a vez do GIC, que aportou R$ 3,3 bilhões ao comprar ações da família Moll e do BTG (14%). Além disso, a Rede D’Or já comprou vários hospitais neste ano e controla ampla rede de clínicas oncológicas.
A Rede D’Or é o ativo hospitalar mais cobiçado no país devido a seu tamanho e marcas fortes. O grupo é dono das bandeiras D’Or, São Luiz, entre outras.
Fonte: Valor Econômico