Big data ajuda a reduzir as despesas com saúde
Publicado em 05/01/2016 • Notícias • Português
A adoção de uma solução de big data está ajudando o Hospital Alemão Oswaldo Cruz (HAOC) a gerir melhor a saúde de seus 2,3 funcionários. Como resultado, além de registrar melhorias na qualidade de vida da população, contabilizou a redução dos custos com assistência médica.
A ferramenta fornece uma camada de inteligência que cruza dados de fontes diferentes, incluindo planos de saúde, atestados médicos, afastamentos, folha de pagamento, dados da medicina ocupacional e programas de promoção de saúde. A análise de informações como contas médicas, usuários mais frequentes do plano de saúde, índice de absenteísmo e departamentos mais participantes do programa interno de bem-estar aponta oportunidades de economia e necessidades de investimento. “É possível compreender melhor o perfil da população. Temos maior assertividade nas estratégias, diz o gerente de qualidade de vida e saúde Rodrigo Demarch.
O modelo de gestão de saúde, segurança e qualidade de vida integrado ajudou a equacionar custos, graças ao controle de itens como o Fator Acidentário de Prevenção (FAP) e de melhor negociação com o plano de saúde. Um dos exemplos foi a manutenção dos preços do plano de saúde graças à identificação da sinistralidade, abaixo do ponto de equilíbrio entre 2012 e 2014, que evitou o reajuste durante o período.
Outras conquistas estão relacionadas à contabilização de fatores relacionados à qualidade de vida. A incidência do tabagismo caiu e o número de pessoas fisicamente ativas aumentou. “Quando o programa de promoção à saúde foi criado, em 2010, tínhamos 150 matriculados na academia do hospital. Hoje são 700. Além disso, a população ingere mais frutas e verduras que há cinco anos.”
A ferramenta empregada pelo HAOC foi desenvolvida pela Gesto, empresa nascida em 2003 como startup incubada no Centro de Inovação, Empreendedorismo e Tecnologia (Cietec) que, depois de atuar na área de telemedicina com solução de eletrocardiograma remoto e serviços de saúde corporativa, recebeu em 2013 rodada de investimento do DGF Inova, fundo de venture capital da DGF Investimentos.
O aporte permitiu aperfeiçoar a solução de big data, que funciona no modelo de software como serviço (SaaS) e conta com mais de 1,5 milhão de vidas em sua base de dados. “Além de acumular benchmark, a solução permite desde diagnosticar a situação de saúde em uma empresa para montar um plano de ação até aumentar a transparência para a negociação com os planos”, diz Fabiana Salles, sócia da empresa.
A novidade está agradando o mercado: hoje a empresa tem mais de 150 clientes, HP, Suzano e Whirpool. “Vamos fechar o ano com crescimento superior a 100%”, garante Fabiana.
O Hospital Albert Einstein é outro que adotou a plataforma para integrar suas bases eletrônicas de informação em saúde de fontes variadas, para melhorar o estudo e o desempenho da saúde populacional de seus mais de 10 mil colaboradores, bem como dos dependentes. A solução foi implementada há um ano e, segundo o gerente de saúde corporativa Sergio Eduardo Custodio, permitirá a identificação precoce de grupos de interesse, como portadores de doenças crônicas, doenças de coluna ou elegíveis a exames de saúde.
Fonte: Valor Econômico