Bolsonaro cogita nome do DEM na Saúde
Publicado em 13/11/2018 • Notícias • Português
O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou ontem que o deputado federal Luiz Henrique Mandetta (DEM-MS) poderá assumir o Ministério da Saúde em seu governo. Se confirmada a nomeação, será a terceira de um integrante do Democratas para o futuro governo – apesar de, durante a campanha eleitoral, o então presidenciável do PSL ter procurado se diferenciar dos políticos e partidos tradicionais.
Formado pela Universidade Gama Filho, Mandetta foi conselheiro do plano de saúde Unimed.
Quem também deve assumir um posto no novo governo é o advogado Gustavo Bebianno, um dos principais assessores de Bolsonaro e que durante a campanha foi presidente do PSL.
Ontem, ao deixar o prédio onde funciona o gabinete de transição, o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS) disse que Bebianno será o “futuro ministro da SecretariaGeral da Presidência”.
Ele fez o comentário ao relatar que esteve com o “futuro ministro” na casa do presidente da Câmara, Rodrigo Maia. Depois, Onyx disse que quem “vai anunciar isso é o presidente”.
“Eu torço para que isso aconteça porque ele é um parceiro de todas as horas”, afirmou. “É um desejo de ver alguém que foi tão importante na campanha e tem todas as condições de participar.
Eu sou um cara disciplinado e quem decide isso é o presidente.” Bebianno chegou a ser cotado para o Ministério da Justiça e Segurança Pública, que acabou ficando nas mãos do juiz Sérgio Moro.
‘Passo’. As articulações políticas, inclusive para a formação da nova administração, estão a cargo de Lorenzoni, nomeado ministro extraordinário para tratar da transição e que vai assumir a Casa Civil a partir de janeiro. Outro nome definido do DEM no governo Bolsonaro é o da deputada Tereza Cristina Dias (MS), que irá para o Ministério da Agricultura. Integrante da bancada ruralista, ela defende, por exemplo, maior liberdade para o uso de agrotóxicos na agricultura.
Sobre Mandetta, Bolsonaro disse que as negociações não chegaram a um fim. “Conversei com o Mandetta hoje (ontem), dei mais um passo, estou conversando com ele, sim. Ele tem reportado as questões da saúde comigo. Pode (ser o novo ministro), está sendo conversado o nome dele, mas nada definido”, afirmou o presidente eleito, que concedeu entrevista ontem à tarde na porta do condomínio onde mora, na Barra da Tijuca, zona oeste do Rio.
Segundo Bolsonaro, o novo ocupante da pasta precisa “ter uma gestão, tem de economizar dinheiro, tem de tapar os ralos que existem”. “Tem de ter o prontuário eletrônico (dos pacientes).
Não pode o elemento fazer um exame aqui hoje e, daqui a dois meses, estar em outro Estado e fazer outro exame. Nós queremos é facilitar a vida do cidadão e também economizar recursos.” Bolsonaro descartou destinar mais dinheiro à Saúde. Disse que o importante é racionalizar o uso dos recursos já existentes.
“Não tem como falar em investir mais na saúde porque nós já estamos mais que no limite de gastos em todas as áreas”, disse o presidente eleito.
Congresso. Pelo desenho elaborado até agora pelo presidente eleito, Lorenzoni acumulará as áreas de negociação com o Congresso e coordenação dos ministérios. Na entrevista de ontem, o parlamentar fez um esforço para aliviar o clima de tensão com o Legislativo. “Toda equipe está sendo preparada para que os deputados e senadores digam o seguinte: ‘Nunca fui tão respeitado e valorizado’”, disse.
Lorenzoni admitiu que a proposta de Bolsonaro de governar com 15 ministérios (atualmente são 29) esbarrou na realidade das áreas. “Têm ministérios que queremos fundir, mas ficam com número muito grande de secretarias”, disse. “É complexo para o resultado que a gente quer.
O que está claro para nós é que o governo precisa encolher.”
Fonte: Estado de São Paulo