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CDC critica estrutura de laboratórios públicos contra vírus

Publicado em 08/01/2016 • Notícias • Português

Integrantes do Centro de Controle de Doenças(CDC) que vieram ao Brasil para colaborar com as investigações da epidemia de nascimentos de bebês com microcefalia criticaram as condições dos laboratórios públicos do País. No encerramento de uma visita de quatro dias, técnicos fizeram elogios à equipe técnica, mas disseram estar penalizados com as condições dos laboratórios nos Estados.
“Num país tão grande, é uma pena”, comentou um dos participantes do grupo. Em resposta, o governo informou que deve iniciar um trabalho para ampliação da capacidade dos laboratórios, com reforço na compra de insumos e capacitação e ampliação das equipes.
O grupo do CDC visitou ao longo destes dias centros de atendimento e analisou as linhas de investigação em Pernambuco, Estado que concentra 646 dos 1.248 casos suspeitos da má-formação no Brasil.
Com o aumento de casos suspeitos,o Instituto Evandro Chagas (IEC), referência para esse tipo de análise,por exemplo,está sobrecarregado. A avaliação é que solicitações aumentem a curto e médio prazo. Para fazer frente a esse cenário, a ideia é ampliar os centros credenciados e ofertar recursos necessários para que os centros existentes atuem com capacidade máxima. Algo que não ocorre hoje em dia.De acordo com pesquisadores da Fiocruz, alguns laboratórios com estrutura de ponta muitas vezes têm seu rendimento afetado por falta de reagentes, por exemplo.
O vírus zika chegou ao Brasil neste ano, espalhou-se por 18 Estados e provocou epidemias no Nordeste. Meses depois do aumento de casos em adultos, vigilâncias sanitárias começaram a identificar um aumento de casos de bebês com microcefalia, uma má-formação até então considerada rara que, em 90% dos casos, leva à deficiência mental, problemas de audição, locomotores e de visão na mesma região onde foram registrados os surtos. Logo se levantou a suspeita de uma ligação entre o surto de zika e os nascimentos de bebês com microcefalia.
A relação foi comprovada no sábado passado, depois que o IEC comprovou a presença de traços do vírus no material coletado de uma criança no Ceará.
Ao contrário do que ocorre com a dengue, não há kits de diagnósticos para o zika. A confirmação da infecção é feita por meio de um exame mais trabalhoso, caro e demorado, o RTPCR, que procura identificar material genético do vírus no material analisado – sangue ou tecidos. Por isso, o diagnóstico até hoje para casos na população em geral era feito por meio de sintomas clínicos. Só uma amostra dos casos é encaminhada para avaliação. Ontem, a secretária executiva de Vigilância em Saúde de Pernambuco, Luciana Albuquerque, afirmou que o Laboratório Central de Pernambuco (Lacen) pode participar dessa nova rede.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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