Chips cerebrais esbarram em negativa da FDA
Publicado em 18/10/2023 • Notícias • Português
O empresário Elon Musk havia anunciado que o chip cerebral desenvolvido por sua empresa, Neuralink, deveria iniciar testes em humanos ainda em 2023. Porém, os planos foram adiados, diante da negativa do Food and Drug Administration (FDA), que avaliou que ainda existem muitas dúvidas em aberto antes que a empresa possa iniciar seus testes.
A Neuralink tem projetos de integração entre a inteligência humana e a artificial, defendendo que tal avanço trará a democratização dessa tecnologia. Os primeiros objetivos da empresa com o chip cerebral é que eles permitam a restauração da visão e recuperação da fala e mobilidade para pacientes com deficiência.
Um dos pontos sensíveis do chip, segundo o FDA, é possibilidade de que seus fios possam migrar para outras áreas do cérebro, podendo prejudicar a função cerebral em várias áreas e romper vasos sanguíneos. Outro ponto de atenção é que, se as baterias de lítio do componente, que podem ser carregadas remotamente, apresentarem algum defeito em sua corrente, isso venha a lesionar o tecido do cérebro.
O chip desenvolvido pela Neuralink mede 4 mm por 4 mm e possui 1.024 eletrodos com cinco micrômeros de espessura cada. O micro tamanho facilita a implantação e permite a interface entre o cérebro humano e as máquinas, o que deve possibilitar o controle de dispositivos pessoais por meio da mente.
Para contornar os desafios da implantação do chip no cérebro humano, o que é bastante complexo, Musk anunciou que desenvolveram um robô cirúrgico, para que este procedimento seja feito de maneira segura. A empresa também anunciou a evolução dos testes em animais, envolvendo porcos e macacos.
Porém, tudo indica que o processo não será tão ágil quanto as metas ambiciosas da empresa de Elon Musk. Os órgãos reguladores não são entraves na jornada da inovação, como acusa o empresário, antes são guardiões da ética e balizadores competentes nas questões complexas que envolvem o tema.