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Companhias de foto, vídeo e iluminação avançam em saúde

Publicado em 01/08/2016 • Notícias • Português

Fundadas como empresas de fotografia, vídeo ou iluminação e até hoje lembradas nessas áreas, Fujifilm, Konica Minolta, Philips e Toshiba estão migrando a passos largos para o setor de saúde. As quatro são fabricantes de equipamentos médicos como raio-x, ultrassom e mamógrafo, além dos filmes usados em exames de imagem. O primeiro contato dessas empresas com o setor de saúde foi há mais de 50 anos com a produção dos filmes para raio-x devido à similaridade com o filme fotográfico, mas a atuação, até então, era limitada a esse produto.

Na Fujifilm Brasil, a participação do negócio de saúde aumentou 25% para 45% em apenas cinco anos. “Esse segmento sofre menos em momentos de crise. A companhia está muito focada no mercado de saúde, com ações de longo prazo. Um exemplo é o desenvolvimento de medicamentos e vacinas para câncer e ebola com tecnologia de nanodispersão”, disse Eduardo Tugas, responsável pela divisão de cuidados com a saúde da Fujifilm Brasil. No mercado nacional, a companhia está muito atenta à tendência de digitalização dos exames de imagem e para isso investe em softwares para leituras desses exames.

A área da fotografia, que deu origem à Fuji, hoje responde por uma fatia de 45% e os demais 10% vêm de insumos para impressão gráfica. As máquinas fotográficas de uso doméstico foram substituídas pelas lentes de transmissão 4K usadas pelas emissoras de TV para uma imagem de alta definição. A TV Globo usa essa lente na cobertura dos Jogos Olímpicos do Rio e para gravação da novela Velho Chico.

A japonesa Konica Minolta, popular por suas câmeras fotográficas e hoje conhecida pelas impressoras, tem o Brasil como um dos mercados mais importantes. No ano passado, a Konica adquiriu uma fabricante brasileira de equipamentos de raio-x, a Sawae. Trata-se da primeira unidade fabril da Konica fora do Japão, onde foi fundada em 1873. “Ter uma fábrica no Brasil tem se tornado um dos fatores chaves para nosso crescimento, pois podemos entregar soluções focadas nas necessidades dos clientes”, afirma Hiroyuki Oba, presidente da Konica Minolta Healthcare do Brasil. Nos seis primeiros meses de 2016, a produção nacional foi equivalente a todo ano de 2015.

Segundo Daniel Martins, gerente geral da Konica Minolta no país, a estratégia da empresa no mercado local é trabalhar com raio-x, ultrassom, mamógrafos e equipamentos similares. A ideia não é entrar no segmento de máquinas mais avançadas como PETCT – mercado dominado por gigantes como GE e Siemens. “No Brasil, 75% dos exames de imagem são primários, ou seja, são aqueles feitos no primeiro atendimento médico”, diz Martins. A Konica Minolta também está reforçando sua atuação nos hospitais e clínicas médicas para oferecer desde o equipamento médico até impressão de exames e softwares de prontuários eletrônicos.

Fundada em 1891 como uma fabricante de lâmpadas, a holandesa Philips ganhou o mundo com seus aparelhos de TV e atuou nos mais diversos segmentos como eletrodomésticos e até gravadora de discos. Nos últimos anos, a Philips deixou de atuar em boa parte dessas áreas e a ordem agora é investir somente em negócios que tenham alguma relação com o setor de saúde. Isso significa que, além dos equipamentos médicos propriamente ditos, a Philips está reposicionando suas marcas.

A marca Walita, por exemplo, hoje está focada no desenvolvimento de uma linha de eletrodomésticos com apelo saudável, como as fritadeiras elétricas. “A receita vinda das empresas vendidas nos últimos anos foi revertida para o negócio de saúde. As regiões com maior crescimento são América Latina, onde o Brasil é o principal país, Índia e China. A América Latina representa 10% da receita global”, disse Renato Garcia Carvalho, diretor geral da área de saúde da Philips no Brasil.

A divisão de saúde da Philips – considerando todos os negócios relacionados com o setor – representa 43% da receita da companhia no mundo.

Na gigante GE, que atua em diferentes setores como energia e aviação, o braço de “healthcare” teve um faturamento de US$ 18 bilhões no ano passado, o que representa 15% da receita global da companhia americana. Com investimento de US$ 75 milhões, a GE tem uma unidade fabril em Contagem (MG) que produz equipamentos médicos desde 2010.

Na alemã Siemens, os números também são expressivos. No ano passado, a divisão de saúde registrou receita de € 13 bilhões. Esse valor representa uma fatia de 17% do faturamento global da companhia que também está presente nos maiores variados setores. Desde 2012, a Siemens tem em Joinville (SC) um complexo industrial para fabricação de equipamentos de ressonância magnética, tomografia computadorizada e raios-x analógico e digital.

Fonte: Valor Econômico

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