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Conhecimento Brasil: conectando ciência e inovação para fortalecer o setor produtivo

Publicado em 30/10/2025 • Notícias • Português

O avanço científico é uma das bases da competitividade de qualquer país, mas seu impacto na economia e na vida dos cidadãos depende da capacidade de transformar conhecimento em inovação. Com esse propósito, o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) lançou o Programa Conhecimento Brasil, iniciativa voltada à repatriação de talentos brasileiros que atuam no exterior e à cooperação entre pesquisadores, universidades e empresas.

Lançado em 2023 e financiado pelo Fundo Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FNDCT), o programa integra as dez ações prioritárias da Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação (ENCTI 2023–2030). A iniciativa está estruturada em dois eixos principais: Atração e Fixação de Talentos, que oferece bolsas e apoio para o retorno de cientistas ao país, e Apoio a Projetos em Rede, que estimula a colaboração entre pesquisadores no exterior e instituições nacionais. Desde o lançamento, foram aprovados mais de 1.200 projetos, com recursos que somam cerca de R$ 830 milhões, distribuídos entre universidades, institutos e empresas.

Os resultados iniciais revelam a amplitude da iniciativa: mais de 2.500 pesquisadores residentes em 56 países manifestaram interesse em retornar ou cooperar com instituições brasileiras. Aproximadamente 30% dos recursos foram direcionados às regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste, fortalecendo pólos emergentes de inovação e pesquisa.

Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta o desafio de integrar a pesquisa científica à atividade produtiva. Menos de um terço dos mestres e doutores formados no país atuam em empresas, índice inferior ao de nações como Coreia do Sul, Alemanha e China, que superam 50%. Essa distância entre academia e mercado limita o potencial de inovação e reduz o impacto econômico e social do conhecimento produzido.

Para o setor de tecnologias e dispositivos médicos, o Programa Conhecimento Brasil abre caminhos concretos para superar essa barreira. A aproximação entre pesquisadores e empresas pode acelerar o desenvolvimento de soluções em áreas estratégicas como biotecnologia, materiais avançados, engenharia biomédica e saúde digital. Além disso, o incentivo à fixação de talentos qualificados amplia a capacidade de P&D local e fortalece o ambiente de inovação no país.

A ABIMED, que recentemente abordou o Programa em uma edição do Saber ABIMED, tem contribuído para aproximar a comunidade científica e o setor produtivo, estimulando o diálogo entre políticas públicas e inovação em saúde.

Um próximo desdobramento do programa, em parceria com a Finep, deve ampliar as oportunidades de cooperação ao oferecer recursos para que empresas brasileiras possam contratar pesquisadores e profissionais técnicos especializados, fortalecendo a ponte entre ciência e mercado.

O sucesso do Programa Conhecimento Brasil dependerá, em grande parte, da capacidade de transformar a cooperação em resultados aplicados — novos produtos, processos e startups. Nesse sentido, o engajamento da indústria é fundamental: oferecer espaços de pesquisa, investir em infraestrutura e adotar métricas de inovação são passos essenciais para consolidar essa conexão entre ciência e produção.

Ao fortalecer o vínculo entre pesquisadores, empresas e instituições, o Brasil dá um passo relevante na construção de um ecossistema de inovação mais maduro e inclusivo. Para o setor de tecnologias médicas, trata-se de uma oportunidade de reafirmar seu papel como vetor de conhecimento, desenvolvimento e bem-estar.

A ABIMED reafirma seu compromisso em apoiar esse processo, incentivando a integração entre instituições de pesquisa e o setor produtivo, e promovendo um ambiente em que a ciência e a tecnologia possam se traduzir em benefícios concretos para a saúde e o desenvolvimento nacional.

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