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Crise na rede estadual de saúde do Rio de Janeiro continua

Publicado em 05/01/2016 • Notícias • Português

O Jornal Nacional tem acompanhado a crise na rede estadual de saúde do Rio de Janeiro. Pacientes continuam reclamando do atendimento e os problemas também atingem outros hospitais da cidade.
Hospital Mario Kröeff, que recebe repasses do governo federal, por atender pacientes do SUS. Referência no tratamento de câncer. A procura dos pacientes é grande, e nos últimos dias, a frustração também.
“Não tem médico hoje, oncologista. Não tem. A gente tem que esperar agora, vão ligar pra casa. Falaram que não receberam o pagamento. Só isso que o rapaz falou. Mandou esperar agora”, lamenta a dona de casa Cassilene Creusa Lira.
Hospital Municipal Lourenço Jorge. A aflição de uma família durou a tarde toda. A mãe foi atropelada, bateu a cabeça e precisava de uma tomografia. Não deu, o tomógrafo estava quebrado.
Na rede estadual de saúde que viveu uma das piores crises da história do Rio no fim de 2015, os pacientes ainda têm histórias tristes pra contar.
No fim de semana, no hospital Albert Schweitzer, Márcia perdeu uma tia por complicações do diabetes, depois de tentar internação em unidades de saúde.
“Não é que ela não foi atendida, ela foi atendida, porém não foi internada”, disse a despachante Marcia Brito.
O governo do estado já recebeu um empréstimo de R$ 100 milhões da prefeitura do Rio e um repasse de R$ 90 milhões do governo federal. Em janeiro, vai receber mais R$ 45 milhões da União. Mas a dívida chega a R$ 1,4 bilhão.
O Hospital Estadual Rocha Faria foi um dos mais atingidos pela crise na saúde. Uma parte do dinheiro repassado ao governo do estado foi pra lá, mas não foi suficiente pra garantir atendimento a quem precisa.
Vitor foi embora pra casa com o tio que recebeu alta. “O médico disse só que ele tinha fígado grande e coração grande. E resultado? Nenhum”, conta o auxiliar administrativo Vitor Hugo de Castro Abrantes.
E ali o tomógrafo não funcionava.
O Daniel não conseguiu atendimento pra mulher e teve que fazer o exame numa clínica particular.
“Mesmo sem poder pagar, a gente tem que dar um jeito, né? Que a gente não tem pra onde correr. Não pode deixar ela sentindo dor e querendo desmaiar toda hora”, diz o autônomo Daniel Fernandes de Souza.
O novo secretário estadual de saúde, que assumiu nesta segunda-feira (4), tem o desafio de melhorar o atendimento com o estado arrecadando menos.
“Cada contrato a gente vai ter que chamar cada fornecedor, negociar. Eu acredito que a gente vai fazer uma secretaria organizada administrativamente, otimizando recurso, e uma saúde que dê atendimento na ponta”, afirmou Luiz Antônio Teixeira Júnior.
O tomógrafo do Hospital Estadual Rocha Faria ainda está parado, mas a direção da unidade informou que recebeu um aparelho portátil pra atender os pacientes.
A Secretaria Municipal de Saúde do Rio declarou que o tomógrafo do Lourenço Jorge teve problemas no domingo (3) e já voltou a funcionar na tarde desta segunda (4).
O Jornal Nacional entrou em contato com o Hospital Mario Kröeff, que está sem oncologista, mas não teve resposta.

Fonte: G1 – Jornal Nacional

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