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Dilma pede volta da CPMF e é vaiada no Congresso

Publicado em 03/02/2016 • Notícias • Português

A presidente Dilma Rousseff recebeu oito vaias e uma série de provocações como resposta de parte do plenário da Câmara ao discurso em que pediu unidade e colaboração do Congresso para a aprovação de medidas que considera imprescindíveis para o país sair da crise, como a recriação da CPMF.
Aliados puxaram palmas para a petista em 13 momentos, parte deles coincidentes com os das vaias.
A disposição da presidente em ir pessoalmente à solenidade de abertura dos trabalhos do Legislativo, nesta terça-feira (2),não conteve o ímpeto de parlamentares da oposição que estão na linha de frente da defesa de seu impeachment.Desde que assumiu o Planalto, esta foi a segunda vez que Dilma se dispôs a comparecer à cerimônia. A primeira foi em 2011.
O gesto foi alardeado pelos auxiliares de Dilma como um sinal de “humildade” e de disposição “para o diálogo” num momento em que ela luta para vencer as crises política e econômica, que travaram seu segundo mandato.A sugestão para Dilma ir pessoalmente ao Congresso foi feita pelo ex-ministro da Fazenda Delfim Netto.
A presidente chegou cercada por diversos ministros e foi recepcionada pelos presidentes do STF (Supremo Tribunal Federal),Ricardo Lewandowski, do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), e da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), seu desafeto.
A série de constrangimentos teve início já nos cumprimentos.
Dilma se dirigiu carinhosamente a Lewandowski e Renan, com dois beijos no rosto e um rápido abraço.
Cunha recebeu apenas um aperto de mão.
Já no plenário, Dilma iniciou a leitura de seu discurso, que durou cerca de 40 minutos.
A petista fez um relato do que considera conquistas de seu mandato e, por várias vezes ressaltou que contava coma “parceria”do Congresso para que o país faça a “transição” do momento de ajuste fiscal para o de retomada do crescimento.
A presidente reconheceu, ainda que indiretamente,que passa por dificuldades com sua base aliada, mas foi explícita ao pregar que é preciso olhar para o Brasil e não para a sua gestão.
“Precisamos ter como horizonte o futuro do país e não apenas o período do meu governo”, disse Dilma.
A fala da petista foi interrompida diversas vezes, especialmente quando ela defendeu a recriação da CPMF como saída mais rápida para melhorar as contas do país. “A CPMF é a ponte entre a necessária urgência do curto prazo e a necessária estabilidade fiscal em médio prazo”, avaliou.
Juízo Quando parte do plenário reagiu com vaias, a presidente pediu aos parlamentares que formassem um juízo sobre o assunto levando “em contada dos,e não opiniões”.
Ela disse que a retomada do imposto seria uma medida “temporária”e“em favor do Brasil”. Dilma tocou em outros pontos sensíveis.
Ela defendeu a reforma da Previdência, criticada inclusive pelo seu partido,o PT, como uma medida necessária não para o seu governo, mas para o equilíbrio das contas do país no longo prazo.A petista também citou a importância do combate ao vírus zika,e da alteração da legislação de acordos de leniência.
Após ler sua mensagem, a petista teve que ouvir recados dos chefes da Câmara e do Senado.
Embora tenha amenizado o tom crítico, afirmando que a Câmara não se furtará a analisar qualquer proposta que seja encaminhada ao Congresso Nacional, Cunha lembrou das dificuldades políticas enfrentadas em 2015 e afirmou que 2016 será ainda “mais difícil”.
O tom de alfinetadas foi mantido por Renan, que se referiu a 2015 como “o ano que não começou, nem terminou”.
“Conclamo o parlamento brasileiro a retomar seus esforços para que tenhamos em 2016 um ano que tenha início, meio e fim.” Ao fim do evento, questionada sobre a receptividade do plenário, Dilma afirmou que era preciso “determinação e esperança diante das dificuldades”. “Achei ótima a receptividade. Tinha absoluta obrigação de estar aqui”, completou.

Fonte: Folha de S.Paulo

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