Ecossistema de Saúde Conectada junta startups com aceleração corporativa
Publicado em 18/01/2018 • Notícias • Português
Desde a bolha da internet, que teve início no final da década de 1990, a mentalidade das startups vem se difundindo de modo progressivo entre novos empreendedores de todo o mundo. Sua ascensão é notável, e no Brasil, mesmo com a crise econômica que afetou nosso país ao longo dos últimos anos, essas empresas têm crescido de forma considerável.
Para que obtenham o reconhecimento e sucesso desejados, as startups apostam em tecnologias avançadas, modelos de negócio simples e otimizados, tendo sempre em mente a ideia de renovação do mercado, através da criatividade, oferecendo produtos ou serviços com melhor custo/benefício aos seus clientes, além de experiências, muitas vezes, desconhecidas do grande público, mas que passam a existir no mercado sob a forma de uma nova demanda.
Inseridas em diferentes segmentos, as startups estão presentes em campos tão distintos, como, por exemplo mobilidade e educação, chegando, inclusive, com muita força na área da saúde.
Em julho de 2017, apenas para contextualizarmos este cenário, foram contabilizadas 4,2 mil empresas filiadas na Associação Brasileira de startups (ABStartups), segundo dados da própria entidade. Graças a números como esse, hoje, o país é visto como um dos principais polos para este modelo de empreendedorismo fortemente baseado em inovação e no crescimento rápido de larga escala.
Quando comparadas aos modelos organizacionais mais conservadores, as startups têm como trunfo uma busca constante pelo desenvolvimento do novo, pela difusão de uma mentalidade disruptiva capaz de mudar as bases de um mercado e atender, de modo mais eficiente, as necessidades dos consumidores atuais. Por sua vez, os gestores de startups costumam buscar investidores que acreditem em seu projeto e vejam o quanto ele pode crescer e ter um futuro promissor.
Graças a união destes fatores: espírito de inovação (que permite a criação de novos produtos e serviços disruptivos) e busca por investimentos que acelerem o processo de crescimento de uma Startup, além do próprio interesse do mercado no investimento em novas ideias com potencial de expansão, cresce no Brasil e no mundo, a difusão de centros focados na aceleração de startups.
Tais centros podem ser formados tanto com um grupo de investidores que estejam dispostos aplicar capital em ideias inovadoras, tanto por grandes organizações que, buscando diferenciais competitivos, abraça os produtos ou serviços de uma Startup em expansão, e, ao mesmo tempo, fortalece seu posicionamento de mercado.
É uma relação, sem dúvidas, que promove ganhos bilaterais. A Startup ganha a oportunidade de contar com a experiência e o conhecimento de companhias já estabelecidas no mercado, validar produtos, compartilhar networking, acessar bases de clientes e, obviamente, ver o seu negócio ser acelerado e expandido em escala exponencial.
Por sua vez, a companhia investidora terá a oportunidade de diversificar o modelo do negócio, ampliar seu portfólio de produtos e serviços, além de trocar conhecimentos com empreendedores de espírito inovador e dispostos a assumir riscos visando o crescimento.
Todo este universo de troca de culturas e crescimento mútuo chegou também a área de saúde. Hoje, grandes organizações e centros de aceleração investem esforços na expansão de uma cultura de disrupção em Healthcare que propicie processos mais otimizados, melhoria da relação entre médicos e pacientes, além do avanço em pesquisas.
Para se ter uma ideia deste cenário, de acordo com a ABStartups, o investimento em empresas de segmento Healthcare é o 6º mais escolhido entre os empreendedores. Tão por isso, é possível encontrar grandes empresas que buscam reinventar esse setor, trazendo benefícios a pacientes, clínicas e laboratórios de diversas formas.
Outro dado interessante que comprova este direcionamento de investimentos para a área de saúde vem da PwC. Uma apuração divulgada pela companhia estima que, só em 2017, foram investidos mais de R$12,1 milhões em empresas desse segmento.
Sobre a inovação em produtos e a rota da criatividade de tais empresa, podemos encontrar, por exemplo, desde startups que produzem jogos para auxiliar no tratamento de determinadas doenças, até as que criam aplicativos para monitorar a saúde do paciente, avisando-o quando devem tomar seus medicamentos. Já pode-se encontrar, também, em clínicas e hospitais, softwares que desenvolvem prontuários eletrônicos e agendamento de exames automáticos.
E este movimento não vem sem tempo. Uma pesquisa feita pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2016, apresentou que 75% das prescrições médicas feitas à mão correm o risco de apresentar algum tipo de erro. Sendo assim, em virtude da utilização da tecnologia oferecida por startups, esse percentual tem grandes chances de serem reduzidos, como aliás, é possível ocorrer em qualquer processo passivo de automação: deste modo, reduzem-se custos e a eficiência é potencializada.
Por fim, vale salientar que todos estes investimentos que uma cultura de startups atrai para o segmento de Healthcare só contribui para o fortalecimento do setor e para o desenvolvimento de um ecossistema cooperativo, que fortalece grandes companhias e empresas recém-surgidas, além de favorecer o avanço de pesquisas que só colaboram para a melhoria de vida de pacientes e para a rotina de profissionais da área.
Tudo isso pode ser resumido da seguinte forma: a tendência é a geração de grandes resultados no futuro, uma vez que a medicina tende a se tornar cada vez mais precisa no âmbito dos diagnósticos, objetiva e assertiva em processos e, mais próxima, no que concerne ao relacionamento entre pacientes e médicos.
São benefícios essenciais, acelerados pela era da inovação disruptiva e da colaboração entre empresas.
(*) Mozart Marin é diretor Corporativo Comercial da MV, investidor Anjo e mentor da WOW Aceleradora de startups. Está no ranking TOP3 como investidor líder no Broota (plataforma de investimento coletivo que conecta investidores com empresas inovadoras.)
Fonte: IDG Now!