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Empresas Mais: Sem razão para dor de cabeça

Publicado em 09/01/2016 • Notícias • Português

O setor farmacêutico é um dos poucos que apresentaram crescimento de dois dígitos no primeiro semestre de 2015 – o segmento registrou aumento de 11,2% em volume de unidades vendidas. No Brasil, país que ocupa sexta posição no ranking entre os maiores mercados farmacêuticos do mundo, a venda de medicamentos movimentou R$ 36 bilhões entre janeiro e junho de 2015, o que representa um crescimento de 16,6% em relação aos R$ 30,9 bilhões movimentados no ano passado em igual período. O levantamento é do Grupo FarmaBrasil, entidade que representa a indústria farmacêutica nacional de pesquisa.
“O setor farmacêutico está menos propenso às variações da economia.
O investimento é uma vacina contra a crise. O setor vem produzindo mais genéricos e está em pleno curso de mudança de rota tecnológica para se inserir no mercado de medicamentos biológicos. Não houve desaceleração e acreditamos que não haverá”, aposta Reginaldo Arcuri, presidente executivo do Grupo FarmaBrasil.
Embora a economia brasileira apresente sinais de recessão, queda na produção industrial e retração nos investimentos, as empresas farmacêuticas de capital nacional investiram neste primeiro semestre R$ 519,2 milhões em pesquisa e desenvolvimento (também entram nessa conta investimentos para drogas sintéticas e fitoterápicas, destinadas ao varejo farmacêutico, incluídas pelas empresas). O valor é 15% superior aos R$ 441,3 milhões investidos em igual período do ano passado.
De acordo com ele, os investimentos foram alocados em projetos para o desenvolvimento de medicamentos biotecnológicos, em especial os biossimilares, que começarão a ser produzidos no Brasil a partir das Parcerias de Desenvolvimento Produtivo (PDPs), firmadas entre as empresas, o governo federal e os laboratórios públicos. O objetivo é garantir o desenvolvimento local de drogas estratégicas para controle de custos do Sistema Único de Saúde (SUS).
O primeiro semestre foi ainda melhor para o mercado de medicamentos genéricos, que apresentou crescimento superior à média do mercado. As vendas da categoria apresentaram alta de 23,08%. Foram movimentados R$ 9,1 bilhões no primeiro semestre de 2015, contra R$ 7,3 bilhões no mesmo período do ano passado. Em volume, os genéricos bateram a marca de 467,3 milhões de unidades vendidas (caixinhas de medicamentos), apresentando crescimento de 12,3% em relação a 2014, quando foram vendidas 415,9 milhões, de acordo com a Associação Brasileira das Indústrias de Medicamentos Genéricos (Pró Genéricos).
Se a categoria de genéricos for excluída do resultado da indústria, o crescimento das vendas em unidades fica na casa dos 10%. “Isso revela que o consumidor está em processo de substituição de produtos de marca pelos genéricos, que custam obrigatoriamente 35% a menos do que os outros produtos”, analisa Telma Salles, presidente executiva da PróGenéricos.
“Os sinais negativos da economia têm freado o consumo das famílias, muitas já afetadas com diminuição na renda. Nesses períodos, historicamente o genérico vem cumprindo seu papel social mais importante, que é o de garantir o acesso a medicamentos, item essencial na vida de qualquer pessoa”, afirma Salles.
Os genéricos hoje, de acordo com o levantamento, detêm 28,6% de participação de mercado.
Salles ressalta, porém, que o número pode superar os 35%, tendo em vista que não estão incluídas nesse levantamento as compras públicas e nem os produtos subsidiados pelos governos federal e estaduais. O lançamento de genéricos inéditos somente nos primeiros três meses de 2015 foi equivalente ao volume de produtos lançados ao longo de todo ano de 2014, atingindo a marca de 16 novos medicamentos.
Salles acredita que o setor manterá os indicadores de crescimento do primeiro semestre ao longo do ano. “Embora diante do restante da economia, a indústria de medicamentos tenha apresentado um resultado animador, não podemos esquecer das pressões cambiais e a política tributária rigorosa do País que sacrifica os ganhos do setor”, pondera a executiva.

Fonte: O Estado de S.Paulo

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