Estudo brasileiro da COPPE/UFRJ sobre o zika vírus vence concurso da Johnson & Johnson Innovation, o JLabs Latin America Quick Fire Challenge
Publicado em 20/06/2016 • Notícias • Português
A Janssen Brasil e a Johnson & Johnson anunciaram que o estudo conduzido pela equipe do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia (COPPE), da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), foi o vencedor, em toda a América Latina, do Quick Fire Challenge, uma iniciativa promovida pela Janssen Brasil e pela Johnson & Johnson para fomentar a inovação científica naregião. A professora Leda Castilho, que foi selecionada por sua pesquisa inovadora sobre o zika vírus, ganhou seis meses no JLabs@ TMC em Houston (EUA), onde ela e sua equipe terão acesso a um laboratório de última geração, infraestrutura para pesquisa, serviços operacionais e de negócios assim como currículo educacional de empreendedorismo e eventos de networking.
O foco da pesquisa é a produção de proteínas recombinantes da estrutura externa do zika vírus. Este tipo de proteína pode ser particularmente útil para desenvolver ferramentas para o diagnóstico, tratar ou prevenir o zika vírus. O vírus, que se espalhou rapidamente pelas Américas se tornou uma ameaça à saúde pública e está associada com o desenvolvimento de microcefalia, condição neurológica em que a cabeça dos bebês e crianças é anormalmente menor, em crianças nascidas de mães infectadas. O vírus é transmitido pelo mosquito Aedes aegypti.
A produção de proteínas recombinantes da estrutura externa do zika vírus tem potencial para ser usada no desenvolvimento de exames de diagnóstico que podem distinguir flavivírus relacionados, como dengue e febre amarela. Além disso, as proteínas recombinantes do vírus podem ser utilizadas para isolar ou desenvolver um anticorpo monoclonal anti-zika, que trate ou reduza a carga viral dos indivíduos infectados. Este recurso é particularmente interessante para mulheres grávidas, já que ajuda a reduzir o risco de transmissão para o feto, prevenindo a microcefalia, condição que está relacionada a infecção intrauterina pelo zika. A produção da proteína também pode ser utilizada no desenvolvimento de uma vacina, que pode ter um papel importante na prevenção e controle da doença no longo prazo. A professora Leda Castilho e a sua equipe vão conduzir a pesquisa no JLabs@ TMC a partir de junho de 2016.
Leda dos Reis Castilho é professora do Programa de Engenharia Química do Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia, na Universidade Federal do Rio de Janeiro (COPPE/UFRJ), onde coordena o Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares, e atua também no Programa de Pós-Graduação em Bioquímica do IQ/UFRJ. Realizou estágios sabáticos de pesquisa na Universidade de Bielefeld (Alemanha) e no National Institutes of Health, NIH (EUA). Possui doutorado em Engenharia Bioquímica pela Universidade de Braunschweig (Alemanha) e graduação e mestrado em Engenharia Química pela UFRJ. Suas pesquisas já lhe renderam vários prêmios e a indicação, em 2008, como membro afiliado da Academia Brasileira de Ciências.
O Instituto Alberto Luiz Coimbra de Pós-Graduação e Pesquisa de Engenharia foi fundado em 1963 pelo engenheiro Alberto Luiz Coimbra e ajudou a criar a pós-graduação no Brasil. Ao longo de sua existência, tornou-se o maior centro de ensino e pesquisa em engenharia da América Latina, tendo formado mais de 13 mil mestres e doutores em seus 13 programas de pós-graduação strictu sensu (mestrado e doutorado).
Por 13 anos o Laboratório de Engenharia de Cultivos Celulares (LECC) do Programa de Engenharia Química da COPPE/UFRJ vem desenvolvendo projetos de pesquisa, desenvolvimento e inovação voltados para o estabelecimento de tecnologias inovadoras de produção de biofármacos, anticorpos monoclonais, terapias celulares e vacinas.
Sobre o Quick Fire Challenge
O Quick Fire Challenge é uma iniciativa regional liderada pela Janssen, empresa farmacêutica da Johnson & Johnson, que seleciona projetos inovadores e empresas de saúde em fase inicial ? startups – para ficarem baseados e desenvolverem seus projetos de inovação nas unidades do JLabs, centros de pesquisa independentes mantidos pela Johnson & Johnson nos Estados Unidos. Na última edição do desafio, o objetivo era selecionar uma ideia inovadora que tivesse relevância para a região latino-americana. O vencedor, que não tem vínculo nem obrigações comerciais com a farmacêutica, poderá usufruir de toda a infraestrutura administrativa, suporte de pesquisadores e acesso ao que há de mais moderno em recursos tecnológicos e equipamentos para o desenvolvimento de sua pesquisa no centro localizado em Houston, nos Estados Unidos.
Fonte: Portal Snif Brasil