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Genes do HIV foram editados com sucesso de células do sistema imunológico

Publicado em 28/03/2016 • Notícias • Português

Pesquisadores da Universidade Temple usaram a ferramenta de edição genética CRISPR/Cas9para remover o genoma do HIV-1 de células infectadas de um paciente. É uma conquista marcante que pode ter consequências profundas para o tratamento da AIDS e de outros retrovírus.

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>>> Tudo o que você precisa saber sobre a CRISPR, nova ferramenta de edição de DNA

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Quando pensamos em CRISPR/Cas9 normalmente imaginamos uma ferramenta capaz deeliminar doenças genéticas hereditárias, ou como uma forma de introduzir novos tipos de genes. Mas, como mostra essa nova pesquisa, a ferramenta também tem bastante potencial como um meio de eliminar vírus que plantaram seus códigos genéticos nefastos dentro das células hospedeiras. O mais recente avanço da técnica foi detalhado na Nature Scientific Reports.

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Retrovírus, diferente dos vírus normais, inserem cópias do genoma nas células hospedeiras para se replicar. Medicamentos antiretrovirais se provaram eficientes no controle do HIV após a infecção, mas pacientes que param de tomar essas drogas sofrem de relapso. Assim que o tratamento é interrompido, o HIV se reafirma, enfraquecendo o sistema imunológico e desencadeando assim o aparecimento da síndrome da imunodeficiência adquirida, ou AIDS.

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Ao longo dos anos, cientistas buscam uma forma de remover o HIV das células T CD4+ infectadas, um tipo de glóbulo branco que combate infecções. Muitos desses esforços se mostraram sem sucesso. A introdução recente do CRISPR/Cas9 abriu espaço para novas abordagens.

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O geneticista Kamel Khalili e seus colegas da Universidade Temple extraíram células T infectadas de um paciente. A equipe usou uma versão modificada do CRISPR/Cas9 – que foi feita para ter como alvo o DNA do HIV-1 – que fez todo o resto da tarefa. Em primeiro lugar, um RNA guia tomou seu caminho através de todo o genoma da célula buscando por sinais de componentes virais. Assim que reconheceu, uma enzima arrancou as fitas infectadas do DNA da célula. Depois disso, a própria célula remendou as pontas soltas do DNA.

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Isso não apenas removeu o DNA viral como também fez isso permanentemente. Além disso, como o sistema genético microscópico permaneceu dentro da célula, ele evitou novas infecções quando as partículas do HIV-1 tentaram se infiltrar novamente nas células não editadas.

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O estudo foi realizado em células T em placas de petri, mas a técnica diminuiu com sucesso a carga viral nas células extraídas do paciente. Isso sugere que a técnica pode ser usada como tratamento. No entanto, pode demorar um tempo até começarmos a ver isso sendo usado na prática. Ainda assim, os pesquisadores descartaram efeitos colaterais e possível toxicidade. Eles também demonstraram que as células sem HIV 1 estavam crescendo e funcionando normalmente.

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Essas descobertas “demonstram a eficácia do nosso sistema de edição genética na eliminação do HIV das células T CD4 que, ao introduzir mutações no genoma viral, inativa permanentemente sua replicação,” explicou Khalili em um comunicado. “Além disso, elas mostram que o sistema pode proteger células de novas infecções e que a tecnologia é segura para as células, sem causar efeitos tóxicos.”

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Essa técnica de remoção de DNA pode ter implicações para pesquisas relacionadas, incluindo tratamento para retrovírus que causam câncer e leucemia, entre outras coisas. Como destacou o CEO da Excision BioTherapeutics, Thomas Malcom, “esses resultados empolgantes também refletem nossa capacidade de selecionar alvos genéticos para erradicar qualquer genoma viral em terapias de edição genética.”

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E Malcolm tem um bom motivo para ficar animado: sua empresa tem os direitos exclusivos de comercialização dessa tecnologia.

Fonte: Nature Scientific Reports

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