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Gestores cogitam devolver dinheiro de portfólios novos

Publicado em 16/02/2016 • Notícias • Português

A alta do dólar criou um problema inusitado para os gestores de fundos de private equity que captaram recursos na safra mais recente, de 2014: ficaram com dinheiro demais para investir em participações em empresas no Brasil. Caso não encontrem oportunidades em número e volume suficiente, os gestores não descartam devolver parte dos recursos aos cotistas.

Os gestores captaram US$ 5,560 bilhões para investir no Brasil em 2014, de acordo com dados da Lavca, associação que representa o segmento de private equity na América Latina. No fim daquele ano, esse valor representava o equivalente a R$ 14,7 bilhões. Com a desvalorização da moeda brasileira, os fundos passaram a deter pouco mais de R$ 22 bilhões.

O número é apenas uma estimativa, já que seria necessário descontar investimentos já realizados pelos fundos ao longo do ano passado, muitos dos quais não são divulgados. A maior parte dos recursos, porém, ainda não foi aplicada e segue à disposição dos gestores, segundo fontes do setor.

Entre os principais investimentos realizados pela safra mais recente de fundos está a compra de uma participação no laboratório Fleury pela americana Advent, a entrada do Carlyle na Rede D’Or de hospitais e o investimento da Gávea na empresa de recuperação de crédito Paschoalotto.

Os fundos possuem um prazo determinado de investimentos, que costuma variar entre três e cinco anos. “Melhor investir dentro do que foi proposto do que aplicar mais e sem disciplina só porque há recursos disponíveis”, afirma um gestor, que pediu para não ser identificado.

Além de mais recursos para investir, a desvalorização cambial deu aos fundos uma posição mais vantajosa para realizar novos negócios, segundo André Castellini, sócio da consultoria Bain & Company. “As empresas possuem hoje menos acesso a outras fontes de capital”, diz. Ele vê oportunidades para os fundos em companhias que precisam reestruturar os balanços diante do crédito mais caro e escasso. A crise também pode proporcionar um movimento de consolidação setorial, que pode ser liderado por empresas que receberem recursos de private equity, segundo Castellini.

Até mesmo empresas de setores ligados ao consumo, que viraram “patinho feio” diante da retração da economia, podem se tornar alvo de fundos, segundo Ricardo Kanitz, sócio da gestora Spectra. “Agora é o momento certo de investir”, afirma.

Fonte: Valor Econômico

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