HC de Porto Alegre é modelo em cloud computing
Publicado em 01/08/2016 • Notícias • Português
A população mundial chegará a 10 bilhões em 2050, de acordo com estudo da SAP. Com o aumento da longevidade e a sofisticação da medicina, os laboratórios, hospitais e planos de saúde precisarão lidar com volumes gigantescos de dados e aplicações presentes nos mais diversos lugares. Daqui a quatro décadas, a tecnologia de vestir, a supercomputação e a computação na nuvem deverão ser ferramentas frequentemente usadas pela saúde.
Hoje, a saúde brasileira ainda ensaia seu primeiro passo rumo ao cloud computing. Um dos casos que mais chamam atenção por ter abraçado a nuvem é do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), uma empresa pública de direito privado que conta com um dos modelos de gestão da saúde mais avançados do país. Esse formato elevou o grau de informatização da instituição, que hoje tem a maioria de seus processos diretamente conectados à tecnologia.
Há cerca de dois anos, o HCPA iniciou sua incursão pela nuvem. O primeiro passo foi migrar seus aplicativos de automação de backoffice para as soluções do Google – caso dos e-mails, da agenda corporativa, dos editores de documentos, das planilhas e dos formulários. Foi assim que um dos hospitais mais informatizados do Brasil colou o pé na chamada computação em nuvem.
No ano passado, o HCPA decidiu olhar com mais atenção para a nuvem como alternativa para o core business do hospital. Foi então que a direção de TI resolveu fazer a primeira experiência em “Oracle Cloud”. Durante um ano, foram levados para a nuvem pública os ambientes de homologação, testes e desenvolvimento de softwares.
Os bancos de dados – informações sensíveis sobre pacientes, diagnósticos e exames – foram previamente anonimizados. Ou seja, foram embaralhados nomes de pacientes, endereços, diagnósticos, dentre outras informações, para que os dados ficassem incompreensíveis em caso de acesso por terceiros não autorizados.
Com os resultados satisfatórios da chamada “prova de conceito” e de olho na redução de custos, já que os investimentos com hardware e licenças software foram trocados por gastos mensais com serviços, o HCPA prepara-se, agora, para migrar suas principais aplicações para a nuvem, em um projeto de nuvem híbrida conduzido pela Oracle. Isso significa que parte dos dados e sistemas ficará na nuvem privada – equipamento Oracle Cloud Machine instalado no datacenter do hospital – e parte na nuvem pública.
“O hospital agora está no melhor dos mundos, pois pode utilizar todas as vantagens da contratação do serviço de nuvem, transitando de forma transparente entre o modelo público (a nuvem pertence ao fornecedor de TI e armazena dados de todos os clientes) e privado (a nuvem fica dentro de casa), sem abrir mão da garantia de que os dados sensíveis ou cobertos por restrições regulatórias permanecem sob seu total controle”, afirma Valter Ferreira da Silva, coordenador de gestão de TI do HCPA.
O conceito de computação em nuvem também promete pôr fim à necessidade constante de investimentos altos na compra de hardware e na atualização de licenças de software. “Pelo modelo tradicional de aquisições, o hospital teria que investir por volta de R$ 10 milhões. Esse valor deixa de ser necessário visto que, com o atual modelo de contratação do serviço em nuvem, passa a ter acesso a praticamente todo o portfólio de softwares da Oracle sem a necessidade de licenciamentos individuais”, conta Silva.
Uma vez na nuvem, o usuário corporativo passa a pagar mensalmente pelo que foi medido e usado. No caso do HCPA, toda infraestrutura será fornecida pela Oracle, incluindo a manutenção, o monitoramento e a garantia de disponibilidade dos sistemas. Essas definições, inclusive, fazem parte de um contrato.
No Brasil, há outros casos no setor de saúde que também migraram ou encontram-se em processo de migração para a computação em nuvem. A Fundação Instituto de Pesquisa e Estudo de Diagnóstico por Imagem (FIDI), que tem contratos com secretarias de São Paulo e Goiás para cuidar da área de radiologia de mais de 75 hospitais públicos do SUS. Na Prevent Senior, “adotamos a nuvem da Amazon Web Services e essa adoção nos trouxe escalabilidade, flexibilidade e agilidade”, diz Luan Ibarra, responsável pela área de TI da Prevent Senior.
Fonte: Valor Econômico