Importante para o setor de equipamentos médicos, IA aumenta oportunidades do mercado brasileiro
Publicado em 08/11/2024 • Notícias • Português
A ABIMED apresentou, na FISWeek, a palestra “Aplicação Prática de IA no Mercado de Equipamentos Médicos: Desafios e Oportunidades”, com a participação de Glauber de Almeida Assunção, bacharel em Sistemas de Informação, especialista em Inteligência Artificial (IA) e Supply Chain, Sócio e CTO da T4 Health e Co-Founder da Supply Brain. As discussões sobre o tema foram mediadas por Jorge Roberto Khauaja, Gerente de Compliance e Assuntos Legais da ABIMED, que ressaltou a importância desta tecnologia no setor de saúde.
Durante a exposição, o especialista abordou os principais impactos da IA na área de saúde, destacando a necessidade de uma adaptação rápida para enfrentar as transformações.
“Todos vocês serão muito impactados pela IA nos próximos anos, e é ideal que comecem a se preparar para isso”, alertou.
Ele pontuou ainda que, para liderar nesse cenário, é essencial que as empresas brasileiras superem a escassez de ferramentas tecnológicas e a mentalidade resistente.
“No Brasil, ainda enfrentamos obstáculos, como a falta de acesso a tecnologias que, embora estejam disponíveis, muitas vezes são subestimadas pela nossa própria cultura de ‘preguiça’ tecnológica”, disse.
Assunção detalhou as diferenças entre a IA especialista, que executa funções específicas, e a IA generalista, capaz de realizar uma gama mais ampla de tarefas. Ele explicou também como algoritmos podem ser aplicados no setor de saúde, desde sistemas preditivos, que analisam dados históricos, até modelos prescritivos, que sugerem caminhos a serem seguidos, como um GPS.
“Muita gente acha que a IA vai resolver tudo sozinha, mas, na prática, ela é uma ferramenta que precisa ser guiada pelo humano. Os algoritmos podem recomendar decisões, mas é o ser humano que decide o que fazer com essas informações”, enfatizou.
Outro ponto levantado pelo palestrante foi o papel fundamental do ciclo de vida de dados na implementação da IA. Segundo Assunção, entender o problema, coletar e organizar dados são etapas essenciais para alcançar resultados eficazes.
“Se não está preparando os dados da sua empresa para serem aplicados à IA, você terá uma desvantagem competitiva. Hoje, empresas dominam o mercado porque têm acesso a dados que o varejo brasileiro ainda não conseguiu estruturar completamente”, comentou, ao explicar a importância da coleta, limpeza e exploração de dados para construir modelos analíticos.
Ao longo da palestra, Glauber Assunção apresentou aplicações práticas de IA que estão revolucionando o setor de equipamentos médicos. Entre elas, destacou o papel da tecnologia na otimização de estoques, um desafio comum que gera altos custos para as empresas.
“O estoque custa, em média, 40% do orçamento anual das empresas, e, ainda assim, faltam produtos nas prateleiras. Com algoritmos de recomendação, podemos evitar excessos e rupturas, ajustando a oferta à demanda de forma precisa”, afirmou.
Outro exemplo de uso prático da IA mencionado foi o “procurement”, que, ao automatizar processos de aquisição de produtos, ajuda as empresas a otimizar recursos e melhorar a eficiência.
“Utilizar dados reais em ambientes simulados permite estimar o impacto de novas políticas, projetos e preços, o que pode ajudar empresas a tomarem decisões mais estratégicas e adaptadas ao mercado de saúde”, explicou Assunção.
Apoio da ABIMED ao uso ético e eficaz da IA
Encerrando o primeiro dia do evento, Jorge Roberto Khauaja reafirmou o compromisso da ABIMED com o desenvolvimento ético e responsável da inteligência artificial no setor de saúde.
“A ABIMED dará apoio incondicional ao uso correto e ético da IA, e no próximo ano continuaremos com pautas focadas na aplicação prática dessa tecnologia”, anunciou, reforçando o papel da Associação em impulsionar o desenvolvimento e a competitividade das empresas brasileiras no setor de equipamentos médicos.
“Essa iniciativa da ABIMED é um marco na promoção do uso de tecnologias avançadas e prepara o setor para os desafios futuros, buscando fortalecer as empresas brasileiras na corrida tecnológica global”, finalizou.