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Inovação e Inteligência Artificial na Saúde: Entre a Revolução e os Desafios da Implementação

Publicado em 21/02/2025 • Notícias • Português

No dia 21 de fevereiro, São Paulo foi palco da inauguração do novo centro de experiência do cliente da Baxter, um ambiente projetado para aproximar inovação e prática clínica, fortalecendo o diálogo entre médicos e a indústria da saúde. Durante o evento, a especialista Lilian Hoffman ministrou uma palestra instigante sobre o impacto da Inteligência Artificial (IA) no setor, destacando como essa tecnologia está remodelando diagnósticos, tratamentos e a gestão hospitalar.

Para a ABIMED, este é um tema de grande relevância e se relaciona diretamente com o eixo estratégico de Educação da instituição, que apoia iniciativas voltadas à educação continuada, zelando pela qualificação técnica e acadêmica de colaboradores das associadas e demais interessados. A capacitação desses profissionais é fundamental para garantir que a incorporação da IA na saúde aconteça de forma segura, eficaz e ética, evitando erros e maximizando os benefícios dessa transformação digital.

Logo no início, Hoffman ressaltou a importância de espaços como esse, que permitem não somente o contato com novas tecnologias, mas também a vivência prática. “É uma honra estar em um ambiente que respira tecnologia, que vai permitir que a gente possa fazer experiências diversas. A prática é o que nos faz aprender e sentir as coisas”, afirmou.

A palestrante destacou que, apesar do entusiasmo em torno da IA, é necessário um olhar realista para sua adoção. Segundo ela, o mercado já viveu momentos de euforia com inovações que nem sempre entregaram o esperado, e com a Inteligência Artificial não pode ser diferente. “Precisamos colocar essa bola no chão para não vivermos uma frustração com uma chamada tecnológica que está aí para ajudar muito os nossos negócios, mas que também tem desafios”, alertou.

Hoffman fez questão de lembrar que a Inteligência Artificial não é uma novidade recente. “Se voltarmos para 1985, já havia um projeto visando a criar algo que simulasse o conhecimento e o raciocínio humano para a tomada de decisões”, explicou. No entanto, a grande mudança atual está na capacidade da IA de aprender e tomar decisões de forma autônoma, algo que impacta profundamente a maneira como se fazem negócios e como a sociedade lida com a tecnologia.

Ela também abordou a necessidade de equilibrar inovação com a preparação das pessoas para lidar com essas novas ferramentas. “Às vezes, olhamos muito para a tecnologia e esquecemos que serão as pessoas que vão lidar com ela”, destacou.

Ao longo da palestra, Hoffman trouxe reflexões sobre como a adoção de IA na saúde precisa ser feita cuidadosamente para evitar as frustrações já vividas com outras inovações. “Muitos gestores criaram departamentos de inovação, mas depois perceberam que a evolução foi pequena. Não podemos repetir esse erro com a IA”, advertiu.

A especialista comparou essa fase com outras revoluções tecnológicas, como o surgimento da internet. “Já passamos por momentos em que se dizia que o pager não serviria para nada. Quem tem um pouco mais de experiência lembra da euforia em torno disso”, brincou.

Para ela, a IA trará mudanças ainda mais rápidas e profundas, exigindo um novo modelo mental das instituições de saúde. “Talvez a gente não tenha tempo de entender e usar os dados tantos anos depois que os capturamos. Vamos precisar processá-los de maneira muito mais rápida”, afirmou.

Ao encerrar, Hoffman reforçou a importância de um espaço como o novo centro de experiência da Baxter para testar e entender como a tecnologia pode ser aplicada eficazmente na saúde. “Esse ambiente nos dá a chance de experimentar, errar e aprender com a prática. Porque, no fim das contas, a inovação precisa sair do discurso e entrar na realidade”, concluiu.

A palestra deixou claro que a Inteligência Artificial já não é mais uma promessa distante, mas uma necessidade crescente. No entanto, seu sucesso dependerá da capacidade do setor de saúde de integrá-la de forma estratégica, garantindo não somente eficiência, mas também segurança para médicos e pacientes.

 

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