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Integração de dados é desafio para aplicação de novas tecnologias na saúde

Publicado em 13/06/2019 • Notícias • Português

A integração de dados de saúde dos brasileiros é uma das principais barreiras para a aplicação de novas tecnologias médicas em todo o país, seja no serviço público seja no privado. O tema foi abordado em dois debates no EXAME Fórum Saúde, que acontece na manhã desta quarta-feira (12) no Complexo Aché Cultural, em São Paulo.

Segundo os especialistas, a reunião de um histórico médico dos pacientes tem o potencial para fazer uma revolução no desenvolvimento da medicina nacional. Essa ambição, no entanto, esbarra em diversos desafios para ser implementada.

“O Brasil tem um potencial gigantesco para ensinar ao mundo sobre diversidade, tanto genética quanto econômica e social. Precisamos aproveitar o máximo que conseguirmos essa oportunidade, porque quanto mais dados tivermos mais poderemos investir em inteligência artificial para aprimorar a medicina no país”, diz Alexandre Chiavegatto Filho, diretor do Laboratório de Big Data e Análise Preditiva em Saúde da Faculdade de Saúde Pública da USP.

Uma das maiores dificuldades para garantir o acesso nacional a esses dados é a necessidade de cada brasileiro ter seu histórico médico disponível em um único sistema. Como o Brasil é um país muito extenso, com municípios de pequeno porte, garantir a efetividade da proposta é uma tarefa quase impossível.

Para o secretário de saúde do estado de São Paulo, José Henrique Germann, não vale a pena fazer um “prontuário eletrônico brasileiro”. Seria melhor investir em um aplicativo que o próprio paciente carregue e que seja atualizado por seu médico. “Estamos trabalhando para que o paciente tenha o histórico daquilo que aconteceu em suas consultas. Assim, quando o próximo médico for atendê-lo, ele não precisará pedir um exame que já foi realizado anteriormente”, afirma.

Essa mesma iniciativa defende Orestes Pullin, presidente da Unimed do Brasil. Segundo ele, é impossível pensar em um prontuário eletrônico único no Brasil agora, uma vez que já existem diferentes softwares sendo usados para isso. “A alternativa é garantir que cada rede assistencial tenha o seu banco de dados e que, ao menos, seja cumprido o pacote mínimo de dados estabelecido pelo Ministério da Saúde”.

Impacto da tecnologia

Um dos exemplos apresentados durante o debate foi do estado da Bahia, que há pouco menos de quatro anos fechou a primeira parceria público-privada para gestão de sistema de diagnóstico de saúde da população.

De acordo com Fábio Vilas-Boas, secretário de saúde do estado, hoje a capital baiana, Salvador, conta com uma central de médicos especializados que tem acesso a dez centros de saúde espalhados pelos municípios. “Por esse sistema, em uma hora os laudos médicos já estão sendo emitidos por um radiologista ou um especialista em crânio, tórax, e assim vai”, explica.

A tecnologia pode ser aplicada não só para o tratamento, mas também para o pós tratamento. Lívia Cunha, fundadora do Cuco Health, plataforma que engaja pacientes em tratamentos médicos com o objetivo de acompanhar doentes crônicos, afirma que a educação do paciente pode reduzir significativamente os custos do pós-tratamento.

“Fizemos um experimento no Hospital do Coração (HCor), com crianças cardiopatas, que não seguiam o tratamento depois que saíam do hospital. Com uma tecnologia simples, um aplicativo com lembretes e dicas de cuidado, a adesão pós-operatória saltou de 40% para 79%. Esses números mostram que a tecnologia não pode ser obstáculo. Deve ser a grande solução da medicina”, diz.

Fonte: Exame Online

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