Investimento para melhorar eficiência
Publicado em 01/08/2016 • Notícias • Português
A melhoria da eficiência operacional é a prioridade das empresas do setor de saúde em relação ao uso de tecnologia. A prioridade foi apontada por 55% dos gestores de TI consultados pela Dell para o estudo mundial Índice Global de Adoção de Tecnologia (GTAI, na sigla em inglês), enquanto o restante do mercado aponta como principal interesse a redução de custos – quesito que na saúde aparece apenas em quinto lugar (44%).
O interesse é ratificado por dirigentes de instituições locais. O Hospital 9 de Julho, por exemplo, tem como pauta o estabelecimento do hospital digital, baseado em informações em tempo real. Com isso, a inauguração de uma nova ala com 120 leitos e mais oito salas no centro cirúrgico exigiu investimentos de R$ 350 milhões e detalhes como atualização do sistema de prontuário eletrônico da MV, adotado em 2012. Monitores com integração ao prontuário ajudam na dispensa de medicamentos ao paciente e no seu monitoramento. O processo digital é sustentado por um conjunto de 5 mil certificações digitais para médicos, enfermeiros e demais profissionais com acesso aos prontuários.
Do orçamento de tecnologia na casa dos R$ 100 milhões anuais, R$ 12 milhões vão para a TI, direcionados a projetos como o novo datacenter turbinado com gerador e no-break que consumiu R$ 3,5 milhões, e a integração de equipamentos médicos ao prontuário eletrônico. Boa parte dos recursos é direcionada para equipamentos de cuidados automatizados, como camas que sinalizam a posição de grades para reduzir riscos de queda, colchões que movimentam o paciente para evitar úlceras e ventiladores com auto-gestão que percebem quando o paciente começa a respirar por si.
A inauguração de uma unidade de transplante de medula, com 14 leitos e acompanhamento posterior dos pacientes por um ano, com apoio de plataformas de comunicação, mostra que a tecnologia vai além dos muros do hospital, diz o dr. Alfonso Migliore Neto, diretor geral. Outros projetos miram conforto e agilidade da comunidade, como aplicativo com a versão para médicos e pacientes que inclui até apoio na localização dentro do hospital, com base em beacons (geolocalizadores) e também fora do prédio graças ao Waze; ou o aplicativo para pré-internação para o paciente inserir informações prévias para cirurgias eletivas, em teste atualmente. “A redução de custo é consequência de fazer bem o que se faz”, resume o dirigente.
No Hospital Edmundo Vasconcelos, boa parte dos investimentos no ano passado foi direcionada à instalação de um novo datacenter, com capacidade de armazenamento e processamento multiplicada por 30 – hoje são 47 servidores, 28 já virtualizados e 70 TB de storage com redundância de energia e climatização e acesso por biometria. Outro foco foi a infovia, sustentando iniciativas como o sistema de imagens computadorizadas (PACS) da Carestream, que permite acesso dos médicos em qualquer parte do hospital às imagens geradas por exames praticamente em tempo real. Agora, o foco é integrar os cerca de 30 subsistemas que sustentam atividades como farmácia, nutrição e métodos gráficos à solução de prontuário eletrônico da MV, implantada em 2013, e ao sistema de gestão. “O principal investimento será em desenvolvimento”, adianta o diretor administrativo Dario Antonio Ferreira Neto.
Desenvolvimento de uma nova arquitetura e integração também vão consumir boa parte dos esforços da Dasa, segundo o CIO Ricardo Orlando. A preocupação com a experiência do cliente e das equipes coloca na mira a expansão de serviços na web, o que vai exigir evolução de plataformas e criação de APIs (conectores). “Estamos investindo em arquitetura de sistemas mais desacoplados e racionalizados para entregas mais rápidas e com menos sobreposições”, diz o executivo.
Já na Azimute Med, especialista em serviços como monitoramento de crônicos em apoio à indústria farmacêutica fundada em 2011 que este ano deve faturar R$ 15 milhões, investiu em hardware no início do ano e agora coloca perto de R$ 1 milhão em três frentes de softwares – CRM da Oracle para suportar o serviço de atendimento ao consumidor da indústria, desenvolvimento do CRM próprio Life para os programas de pacientes e sistema de business intelligence (BI) da Qlik para extrair indicadores do Life para os clientes, detalha o diretor de TI Bruno Brasiliano.
Fonte: Valor Econômico