Lentidão da Anvisa já traz desabastecimento
Publicado em 18/06/2015 • Notícias • Português
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O atraso na liberação, pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de insumos importados está prejudicando desde o início do ano a indústria farmacêutica, levando até ao desabastecimento de produtos como os kits para diagnóstico da dengue. A espera pela chamada “anuência sanitária”da agência reguladora aumentou de menos de uma semana corrida para até 30 dias úteis, de acordo com a Câmara Brasileira de Diagnóstico Laboratorial (CBDL), que representa 40 empresas do setor.A situação é particularmente crítica nos aeroportos de Guarulhos, Viracopos e do Galeão. _x000D_ “Faltam funcionários na Anvisa para fazer a liberação dos produtos importados”, afirma Carlos Gouvêa, presidente executivo da CBDL. “O quadro da agência tinha muitos servidores federais cedidos por outras autarquias e órgãos federais,alguns deles já extintos. Uma grande parte se aposentou e não houve preenchimento das vagas em aeroportos”.Por utilizar matérias-primas com menor vida útil, mais perecíveis, o segmento de diagnóstico laboratorial vem sofrendo mais com a demora nas liberações.Fabricantedekitsparadiagnóstico da dengue, a carioca Medivax, por exemplo, tem esperado em média 45 dias para obter a liberação de seus insumos no Aeroporto do Galeão. _x000D_ “Nossos insumos têm vida útil curta,de oito,nove meses.Um atraso de 45 dias é muito para nós”, comenta Eduardo Weizmann, gerente de Operações da empresa. Por causa dos atrasos, a Medivax não têm conseguido cumprir prazos previstos em licitações para entrega de produtos à prefeituras e órgãos de Estado. _x000D_ Agora, chega apagar por quatro semanas de estocagem. “Todo mundo está super estocando. O problema é que o nosso produto tem prazo de validade”, diz Janoni. _x000D_ Alguns laboratórios e hospitais irão receber produtos com até 60 dias a menos de validade, na média”,estima Wesley Schiavo,gerente de Produto da bio Mérieux. _x000D_ Ainda de acordo com a associação, “a espera acima do normal não chegou a comprometer o abastecimento do mercado nacional, mas o risco disso acontecer não está descartado”. No Brasil, 86% da matéria-prima empregada na fabricação de medicamentos é importada. “Praticamente toda a indústria farmacêutica é afetada pela demora na liberação das cargas”, acrescenta a Interfarma. _x000D_ Um executivo do setor que pediu para não ser identificado conta que participou na semana passada de uma reunião com o diretor-presidente substituto da Anvisa, Ivo Bucaresky, na qual o tema foi abordado.“Ele se mostrou ciente do problema e disse que a agência está fazendo um esforço em termos de recursos humanos para diminuir os atrasos,com remanejamento de pessoal”,conta ele. _x000D_ Procurada para comentar os atrasos na liberação de insumos importados, a Anvisa não se pronunciou. _x000D_ |
Fonte: Brasil Econômico