MAÍLSON: ILAN VEM DEFENDENDO A QUEDA DA TAXA DE JUROS E PROVAVELMENTE VAI CUMPRIR
Publicado em 24/05/2016 • Notícias • Português
O ex-ministro da Fazenda Maílson da Nóbrega afirmou que o indicado a presidente do Banco Central (BC), Ilan Goldfajn, é “um dos melhores nomes para alcançar esse cargo”. “Ele vinha defendendo a queda da taxa de juros nos informativos que fazia no Itaú e provavelmente vai cumprir – provavelmente porque uma coisa é escrever e outra fazer. Mas vejo que a Selic pode chegar a até 10% no final de 2017”, declarou, ao iniciar palestra em evento promovido pela Associação Brasileira da Indústria de Alta Tecnologia de Produtos para Saúde (Abimed).
Segundo ele, a situação econômica nacional ainda vai piorar antes de melhorar. “Provavelmente, estamos chegando ao fundo do poço, mas não vamos ser uma Venezuela porque temos amadurecimento político, instituições fortes e setores de agronegócio e industrial também fortes. Alguns sinais de estabilidade podem vir no segundo semestre. Mas o PIB neste ano cairá 4% – não fosse o comércio exterior seria recuo de 6% – e em 2017 e 2018 podemos ter crescimento medíocre”, disse.
Para a inflação, o ex-ministro da Fazenda na gestão Sarney prevê uma taxa de 7% ao final de 2016. Para ele, o centro da meta, de 4,5%, só será atingido em 2018. Sobre câmbio, Maílson acredita que o dólar chegará a R$ 3,70. “Muitas posições deverão ser revertidas e o patamar reflete também o entendimento de que a presidente da República afastada, Dilma Rousseff, não voltará ao cargo”, explicou. “O maior desafio para o Brasil é fazer reformas para ganhar produtividade”, afirmou.
Maílson avalia que a probabilidade de Dilma voltar ao cargo seja de 1%. “É de um 1%, e se ele se realizar será um desastre. Os que votaram a favor do impeachment já mostram (conforme placar no plenário do Senado) que querem a saída dela definitiva e o presidente em exercício Michel Temer vai fazer de tudo para ficar”, declarou. Maílson comentou que um presidente da República precisa ser líder e ter tolerância e capacidade de transmitir mensagens. “Provavelmente Dilma não será acusada de corrupção, mas não tem essas capacidades”, avaliou. “A saída dela realmente foi um alívio.”
Fonte: Agência Estado