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Menor número de operadoras faz Ameplan ganhar mercado

Publicado em 10/06/2016 • Notícias • Português

São Paulo – Com queda no número de operadoras de saúde – como a da Unimed Paulistana em 2015 -, empresas médias aproveitam demanda para se consolidar. Um exemplo é a Ameplan que espera 21% de crescimento do faturamento e quase 15% de alta na carteira.

Com o constante crescimento dos custos assistenciais, a inclusão de novos procedimentos obrigatórios e a crise econômica, sobreviver no sistema suplementar se tornou mais difícil. Segundo a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS), no acumulado de 2016, até março, a reguladora recebeu 7 novos registros e 17 registros cancelados de operadoras.

Por isso, para ganhar escala e sobreviver neste cenário é necessário investir em gestão e captar os clientes ‘deixados’ pelos planos cancelados. “Além de casos mais conhecidos, pequenas também saíram do mercado. Isso abriu espaço para nós”, explica o diretor administrativo e financeiro da Ameplan, José Silva dos Santos.

De acordo com o executivo, para conseguir captar ‘os desatendidos’ a companhia resolveu investir na qualidade e na imagem da companhia. Além de lançar plataformas digitais, a Ameplan desenvolveu novos produtos que se adaptam ao cenário econômico. “Investimos na marca para ganhar credibilidade e trabalhamos também em novos planos para oferecer o que a empresa [cliente] procura”, comenta.

Um exemplo de novo produto, é o plano coparticipativo que será lançado em breve. Neste modelo é possível cobrar uma mensalidade menor, porém um valor adicional é colocado (ao funcionário) por cada consulta ou exame realizado. “É uma opção para as empresas neste momento de crise. Assim elas não precisam cortar o benefício.”

Outra estratégia da companhia é aumentar o foco no cliente corporativo. Atualmente, 30% dos beneficiários têm planos individuais e a ideia é levar o patamar para 25%. O movimento segue a tendência de todo o mercado suplementar, devido ao controle dos reajustes deste produto, que tem estado abaixo do índice de inflação geral e do aumento dos custos assistenciais.

Para conseguir diminuir os gastos fixos, Santos contou que a operadora tem investido em ações de redução de custo. Na área de compras de materiais e medicamentos, por exemplo, o executivo conta que foi instaurada uma auditoria para controle dos gastos na rede credenciada e parceiros. “O processo iniciou no ano passado e a equipe tem auditores, médicos e enfermeiros.”

Fôlego

Outro fator que tem ajudado a companhia a manter as operações lucrativas é a ‘oxigenação da carteira’. “Temos uma carteira bem distribuída. Mais de 25% dos beneficiários estão na faixa de 0 a 18 anos. Apenas 12% têm mais de 58 anos.” E para ele, neste momento de instabilidade esse fator só tende a aumentar. “As pessoas não estão se colocando no plano, mas fazem para o filho.”

Com estes números, a sinistralidade tem se mantido abaixo da média de mercado. Segundo a ANS, em 2015, a taxa de sinistralidade das operadoras médico-hospitalares foi de 84,6%. “Em 2015 vimos um crescimento da sinistralidade, a média foi de 68%. Mas teve picos de 70% em alguns meses. Mesmo assim, menor que o resultado de mercado”, diz.

Neste ano, a Ameplan irá lançar programas de saúde para manter níveis baixos de sinistralidade. A princípio o foco dos programas será de obesidade mórbida e prevenção de doenças na idade infantil.

Hoje, a empresa concentra sua atuação na cidade de São Paulo e mantém algumas operações em municípios próximos. O foco tem sido principalmente as pequenas e médias empresas dos ramos de transporte rodoviário, empresas de alimentação e comércio em geral. “Todos os dias surgem novas empresas [startups e pequenas], sobretudo hoje com o desemprego”, complementa. Com a expectativa de atingir 110 mil beneficiários neste ano, a empresa será considerada pela ANS operadora de grande porte. No final de 2015 eram 95 mil vidas.

Fonte: DCI – Diário do Comércio e da Indústria

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