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Microcefalia: Fiocruz cria gabinete de crise

Publicado em 05/01/2016 • Notícias • Português

Para agilizar as pesquisas sobre microcefalia no país, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) criou o chamado Gabinete para Enfrentamento à Emergência Epidemiológica em Saúde Pública. Composta por nove cientistas, a estrutura fará um amplo estudo sobre a malformação.
Esse gabinete de crise se reuniu na última sexta-feira e definiu que coordenará um estudo de caso em todo o território nacional. Pesquisas indicam que infecções pelo zika estão relacionadas ao avanço da microcefalia: somente este ano, foram feitas 2.401 notificações de malformação supostamente provocada pelo vírus. Registros feitos em 20 estados levaram o Ministério da Saúde a decretar, no mês passado, estado de emergência.
— Pouco sabemos sobre o comportamento do vírus. Então, para entendermos qual a dinâmica da transmissão do zika e sua incidência sobre os casos de microcefalia, precisamos olhar para todas as regiões do país e estudar vários períodos da epidemia — afirmou o vice-presidente de Pesquisa e Laboratórios de Referência da Fiocruz, Rodrigo Stabeli, um dos integrantes do gabinete.
A intenção é realizar um estudo de caso nos moldes do que vem sendo feito no Centro de Pesquisas Aggeu Magalhães (CPqAM), em Pernambuco, que analisa um grupo de 200 crianças com microcefalia. No estado nordestino, a pesquisa é feita nas oito maternidades com maior número de casos da malformação.
Nesse contexto, destaca-se a figura de um outro integrante do gabinete, Sinval Filho, diretor do CPqAM. Pós-graduado em farmácia, ele atua na área de vetores e tem pesquisas relacionadas a doenças infecciosas e parasitárias. Na comissão, o diretor fará a ponte entre o instituto de Pernambuco e o restante do país.
— Promoveremos um intercâmbio de pesquisadores de um estado para o outro. Trabalharemos ao longo dos próximos nove meses — disse Sinval Filho.
NECESSIDADE DE INVESTIMENTOS
Entre os integrantes do gabinete, existe a preocupação quanto ao financiamento das pesquisas que serão realizadas. Carlos Maciel, diretor do Instituto Fernandes Figueira, referência nos estudos da microcefalia no Rio, cobrou investimentos e destacou que a capacidade de atendimento no local está no limite:
— Precisamos de dinheiro. Não teremos capacidade para atender a demanda que esperamos ver no estado. Todas as crianças com suspeita de malformação fetal são encaminhadas ao instituto para confirmação de diagnóstico. Devemos nos preparar para uma epidemia.
Há também, entre os pesquisadores, o receio de que o Ministério da Saúde priorize o financiamento de mecanismos para o combate ao Aedes aegypti, o que, segundo eles, pode ajudar na contenção da epidemia a curto prazo, em detrimento de pesquisas para a descoberta de características da ação do zika.

Fonte: O Globo

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