Mulher de país em desenvolvimento faz mais busca on-line sobre saúde
Publicado em 11/04/2016 • Notícias • Português
Mulheres de países desenvolvidos usam menos a internet como fonte de informação de saúde do que as de países em desenvolvimento, como o Brasil, mostrou uma pesquisa divulgada recentemente.
Foram coletados dados de 453 participantes em cinco países: Brasil, México, Alemanha, França e Índia. As perguntas do questionário versavam também sobre o bem-estar e qual seria a autoavaliação desse aspecto da vida das mulheres.
Cerca de 80% das brasileiras,mexicanas e indianas que responderam ao questionário disseram buscar informações de saúde na internet.Esse número fica na faixa dos 50% nos países desenvolvidos.
Segundo Alexandra Wyke, da Patients View, organização do Reino Unido de defesa de direito dos pacientes,a diferença reflete uma mudança de comportamento —para melhor— em países desenvolvidos, “onde as pessoas já não acham a internet tão confiável e preferem obter informações com um médico”.
Já o conceito de “bem-estar” costuma ser mais abrangente do que o de saúde (mera ausência de doença) e é, por natureza, uma variável difícil de se medir.
A OECD (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) usa informações objetivas —como habitação, renda e educação— e subjetivas, com a avaliação de três áreas: vida pessoal, como a pessoa se sente e também questiona-se sobre a sensação de ter um propósito na vida.
O novo estudo abrangeu esses itens e foi realizado pela Unidade de Inteligência da revista “The Economist” e patrocinado pela farmacêutica multinacional alemã Merck.
A seleção dos países respeitou a lógica de procurar realidades distintas: desenvolvidos de um lado (Alemanha e França) e em desenvolvimento de outro (México, Brasil e Índia).
Entre as conclusões da pesquisa, está a óbvia de que mais renda familiar está diretamente relacionada a um aumento na sensação de bem estar.
No entanto,a partir de um certo patamar (US$ 75 mil, ou R$ 268 mil anuais), o incremento ajuda pouco.
De volta à comparação entre países, mulheres nos mais ricos tendem a avaliar mais negativamente o governo em relação às políticas públicas de saúde e bem-estar do que aquelas de países pobres—onde há os piores serviços.
Sentir-se “realizada na vida” é importante para 45% das mulheres —algo menos crucial para os gestores entrevistados (só 26% priorizaram o fator).
Os resultados foram divulgados em um evento na cidade alemã de Darmstadt, e o encontro reuniu executivas da indústria de cuidado à saúde e pesquisadoras.
Fonte: Folha de S.Paulo